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Stedile sulla Folha di oggi. Bisogna bloccare la destra e sconfiggere Alckmin
- Subject: Stedile sulla Folha di oggi. Bisogna bloccare la destra e sconfiggere Alckmin
- From: Serena Romagnoli <md1042 at mclink.it>
- Date: Tue, 10 Oct 2006 18:36:26 +0200
- Thread-topic: Stedile sulla Folha di oggi. Bisogna bloccare la destra e sconfiggere Alckmin
FOLHA DE SAO PAULO, 10 de outubro de 2006. TENDÊNCIAS/DEBATES É preciso barrar a direita e derrotar Alckmin JOÃO PEDRO STEDILE Os movimentos sociais devemos nos mobilizar, arregaçar as mangas e ir para as ruas para derrotar a candidatura Alckmin DE 1990 a 2002, as classes dominantes implementaram um programa neoliberal desastroso para a economia e para o povo. Entregaram ao capital financeiro e internacional nossas melhores empresas, estatais e privadas. Dilapidaram os serviços públicos. A dívida pública interna cresceu vergonhosamente, e o governo passou a usar 30% de toda a receita federal para pagar juros. O povo, as empresas e o governo passaram a pagar as mais altas taxas de juros do mundo. Resultado: a economia não cresceu, e houve maior concentração da riqueza. Ao povo restou a pobreza, mais desigualdade e o maior desemprego de toda a história. Sentindo na carne esses problemas, nas eleições de 2002, o povo votou contra o neoliberalismo e elegeu o presidente Lula. Nos últimos quatro anos, houve um governo de coalizão, como costuma dizer o ministro Tarso Genro, e as forças do capital continuaram influenciando para manter a política neoliberal. Por outro lado, forças de esquerda conseguiram avanços na política externa, na defesa das estatais e em algumas áreas sociais, como a educação pública e o salário mínimo. Os movimentos sociais temos sido críticos da política econômica. O MST tem se manifestado e lutado contra a lentidão da reforma agrária, a prioridade dada ao agronegócio (que, por sinal, votou contra o governo) e o não-cumprimento do plano nacional de reforma agrária. Compreendemos que o contexto político desse período foi adverso para as forças populares, pela ausência de mobilização de massa e pelo marasmo da maioria dos sindicatos e movimentos. Alguns se acomodaram ou tiveram suas direções cooptadas ideologicamente. Outros foram massacrados pela ofensiva neoliberal que acabou com diversos setores da classe trabalhadora. Há um refluxo do movimento de massa, que influiu decisivamente na atual correlação de forças. Vieram as eleições de 2006. Defendíamos a necessidade de aproveitar a campanha para debater um novo projeto popular para o país. Infelizmente, predominaram visões oportunistas e de marqueteiros e a repetição de métodos espúrios, com uso abusivo do dinheiro, compra de cabos eleitorais etc. Tudo bancado pela contribuição de empresas interessadas em favores governamentais. O resultado foi a campanha sem entusiasmo, sem militância e sem interesse do povo. Quando tudo parecia já acordado, e os resultados, previstos, eis que, na última semana, por graves erros da campanha Lula, a direita encontra motivos para se unificar em torno de Alckmin (como com Collor, em 1989). Foi para a ofensiva e, usando acintosamente seus meios de comunicação, levou a eleição para o segundo turno. O mesmo ocorreu em diversos Estados, com a chegada ao segundo turno de candidatos direitistas. Mas, como tudo na vida, há contradições. A unidade da direita em torno de Alckmin provocará o debate de idéias e projetos. A campanha deverá deixar claros os interesses de classe que há por trás de cada candidatura. A candidatura Alckmin, que representa os interesses do capital financeiro, das transnacionais, do governo Bush, da burguesia brasileira e dos fazendeiros do agronegócio, está ansiosa para retomar as rédeas do governo. Defendem todos os dias nos jornais ser preciso seguir privatizando -Petrobras, Correios, estradas e bancos estaduais. Querem as reformas trabalhista, tributária e da Previdência para ampliar seus lucros. Propõem a garantia do pagamento de juros dentro da Constituição pelo mirabolante plano déficit zero. Recolocam a Alca como uma necessidade -e, assim, subordinariam ainda mais nossa economia e o país aos interesses do império. E, se os pobres ousarem lutar, chamarão os "capitães-do-mato" e oferecerão polícia e cadeia. Por isso, os movimentos sociais e todos os seus militantes devemos nos mobilizar, arregaçar as mangas e ir para as ruas para derrotar a candidatura Alckmin e os seus interesses de classe. Não podemos vacilar. Vamos transformar a campanha num debate de projetos e de idéias. Uma vitória de Alckmin seria uma derrota gravíssima para o povo brasileiro. E, no próximo mandato do governo Lula, vamos seguir mobilizados para derrotar a política neoliberal e debater na sociedade um novo projeto para o país. O Brasil precisa encontrar seu rumo. Precisa de um projeto que coloque como prioridade do Estado e da política a solução dos principais problemas do povo, como o desemprego, a educação, a reforma agrária, a moradia e a distribuição de renda, para todos e todas. Não há mudanças sociais sem a participação do povo, sem a mobilização popular. ------------------------------------------------------------------------ JOÃO PEDRO STEDILE, 52, economista, é membro da coordenação nacional do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e da Via Campesina Brasil.
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