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News CPT - Pastorale della Terra del Brasile
- Subject: News CPT - Pastorale della Terra del Brasile
- From: Cristiano Morsolin <morsolin at yahoo.it>
- Date: Sun, 4 Nov 2001 17:48:50 +0100 (CET)
ALLEGO L'ULTIMO BOLLETTINO DELLA PASTORALE DELLA TERRA DEL BRASILE,CPT. Salutoni latinoamericani cristiano morsolin “Notícias da Terra e da Água” é um boletim quinzenal produzido pela CPT Nacional para informar às agências de cooperação, entidades parceiras e pessoas interessadas sobre os últimos acontecimentos em relação à questão agrária/agrícola e à questão da água. Como sempre, críticas e sugestões serão bem-vindas. Atenção: o site da CPT, totalmente reformulado, pode ser visitado no endereço www.cptnac.com.br TERRA “Termômetro” da conjuntura agrária A violência no campo voltou este ano a atingir níveis insuportáveis. No sul e sudeste do Pará, voltou-se aos anos 70-80 com assassinatos, prisões arbitrárias, despejos violentos, seqüestro e tortura, além do trabalho escravo que recrudesceu, com aumento do número de casos registrados. O problema é que, segundo estimativas do próprio Ministério do Trabalho, para cada trabalhador libertado, no mínimo mais três permanecem em escravidão. As ameaças não param e existe uma lista com 22 nomes dos “marcados para morrer”: lideranças sindicais rurais, lideranças do MST e agentes de pastoral da CPT, entre eles Frei Henri des Roziers. As milícias privadas dos fazendeiros vem espalhando o terror pela região e executando os trabalhadores rurais. No entanto, as milícias e a violência não se restringem só ao Pará. No Rio Grande do Sul, a presença das milícias é cada vez mais forte. No dia 20 de outubro, Frei Wilson Zanatta, da CPT/RS, foi ameaçado de morte por um homem que prometeu “crivá-lo de balas” se continuasse apoiando os sem-terra. Na Paraíba, a atuação das milícias também é constante. O deputado Frei Anastácio conseguiu no ano passado instalar o uma CPI para investigar a violência no campo, especificamente as milícias. No Paraná, Mato Grosso do Sul e na região do Pontal (SP), as milícias estão ativas e a UDR está se reorganizando com força. O Fórum Nacional pela Reforma Agrária e Justiça no Campo, protocolou, no dia 23 de outubro, a entrega de uma carta dirigida ao presidente Fernando Henrique Cardoso, aos ministros da Justiça e do Desenvolvimento Agrário e ao governador Almir Gabriel, denunciando a violência e exigindo a tomada de medidas urgentes para combatê-la. Entre a sugestões, está a formação de uma força-tarefa da Polícia Federal para investigar os crimes. A carta foi enviada também às entidades parceiras. A CPT elaborou um dossiê sobre a violência no Pará, que será enviado, acompanhado de uma carta, às entidades internacionais de direitos humanos pedindo que ajudem a divulgar, através da mídia, a situação terrível enfrentada pelos trabalhadores rurais no sul e sudeste do estado. E que também encaminhem a denúncia aos organismos internacionais de direitos humanos, exigindo que o governo brasileiro se pronuncie sobre esta questão, assuma o papel que lhe cabe e dê um basta a essa onda de terror que vem da terra. Na carta, a CPT lembra como foram proféticas as palavras da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC) e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) quando se retiraram das negociações entre o governo federal e o MST. As entidades alertaram o presidente Fernando Henrique Cardoso e seus ministros: “a intransigência pode induzir a formação, junto à opinião pública, de um ambiente propício à violência e à repressão”. Dessa forma, o crime compensa, a impunidade é garantida e latifundiários, pistoleiros e policiais a serviço do latifúndio podem celebrar seus crimes em paz. A carta também diz que essa situação é agravada pela posição do governo federal, através do ministro Raul Jungmann, desqualificando a violência contra os trabalhadores rurais e afirmando que eles não são motivados pela disputa da terra, mas oriundos de “conflitos pessoais”. Dessa maneira, o ministro escancara a porta da impunidade para os algozes. Agora, eles têm o beneplácito público de um ministro de Estado para cometer seus crimes e implantar o terror sobre as famílias dos trabalhadores. Essa perda de valores repercute na sociedade como um todo e faz a população crer – com razão – que a justiça não existe e o Estado é inútil. Conflitos e violência no campo Dono de engenho mata criança em Pernambuco - No dia 26 de outubro, em Vitória de Santo Antão (Pernambuco) Orlando de Souza Leão, dono do Engenho Quandus, matou a tiros o menino Edilson, de 13 anos, filho de um trabalhador rural, porque o garoto estava pescando na sua propriedade. Depois de atirar, Orlando Leão obrigou um amigo do menino a carregá-lo até a garagem do engenho, onde Edilson morreu por falta de assistência médica. Segundo José Gomes, presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vitória de Santo Antão, o assassino está foragido, existe um clima de medo na cidade e as pessoas se recusam a falar sobre o assunto. Violência contra trabalhadores rurais – No dia 28 de outubro, 72 famílias de trabalhadores rurais acampadas na Fazenda Serra do Brejo, em Chapada do Araripe (Pernambuco), tiveram seus barracos destruídos e incendiados por um grupo de pistoleiros liderados pelo dono da propriedade, Edilton Luna. A fazenda foi ocupada no dia 25 de julho, durante a Jornada Nacional de Ocupações da Terra, organizada pela Contag. Trabalhador preso injustamente em Pernambuco – O trabalhador rural Cristiano José Batista da Silva, encontra-se preso desde o dia 23 de julho, no presídio de Caruaru (Pernambuco) por estar presente com mais uma centena de trabalhadores, em um saque ocorrido no mesmo dia no município de Taquaritinga do Norte. Cristiano Silva foi preso horas depois do saque, ao receber uma carona do caminhão que havia sido saqueado. Acusado de praticar crime de roubo qualificado, o trabalhador teve negado um pedido de liberdade provisória e um habeas corpus e após 90 dias encontra-se ainda preso. O pedido de liberdade provisória foi negado pelo juiz de Taquaritinga, alegando que a permanência de Cristiano na prisão seria necessária para a manutenção da ordem pública, embora o trabalhador rural nunca tivesse sido preso ou processado. O Tribunal de Justiça do Estado, usando o mesmo argumento, negou o habeas corpus. O juiz entrou em férias sem realizar o interrogatório do trabalhador. Quando voltou já havia se passado 81 dias da prisão e a instrução criminal sequer teve início. A assessoria jurídica do MST entrou com um novo pedido de habeas corpus, dessa vez alegando existência de excesso de prazo. O desembargador Manoel Rafael Neto, negou a liminar, mas concordou com o excesso de prazo. No dia 29 de outubro, ocorreu o interrogatório de Cristiano, quando houve novo pedido de relaxamento da prisão. Há uma expectativa de que o juiz irá libertá-lo após a manifestação do Ministério Público. O Tribunal de Justiça deverá julgar o habeas corpus ainda esta semana, mas provavelmente o juiz irá se manifestar antes do Tribunal. Decisão histórica do judiciário gaúcho Um juiz e desembargadores do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul tomaram uma decisão histórica no que se refere à concessão de liminares de reintegração de posse para áreas ocupadas por sem-terra. O juiz de Passo Fundo, Luiz Christiano Enger Aires, rejeitou um pedido de reintegração de posse da fazenda Rio Bonito, dizendo que ela não cumpria a função social. A decisão foi contestada no Tribunal de Justiça, porém o desembargador Carlos Rafael dos Santos Júnior manteve a decisão do juiz de Passo Fundo. Após perder no Tribunal de Justiça, o fazendeiro ingressou com um mandado de segurança contra a decisão do desembargador para manter a reintegração de posse. Uma desembargadora, Ana Maria Scalzilli, que estava dando plantão concedeu a liminar. Porém, o desembargador José Francisco Pellegrini, do Tribunal de Justiça, indeferiu a liminar, mantendo a decisão de não dar a reintegração de posse solicitada. Na decisão do desembargador Pellegrini, indeferindo a liminar, ele diz: “O julgador, contudo, muito embora as circunstâncias de cada um, julga com independência, buscando, sobretudo a realização da justiça. Deixa-se o debate estritamente político para quem dele vive. ‘É por isso que chama a atenção desse Relator as reiteradas referências a que, não obtido o pretendido, estará deflagrado o conflito e a violência. É o mesmo que dizer: “a palavra do Judiciário só terá valor e será cumprida, se coincidir com nosso interesse”. Jamais ao longo de mais de 20 anos de jurisdição, enfrentei processo em que a tentativa de coerção judicial tenha sido tão desabrida, em que a ameaça tenha se feito de forma tão escancarada, de modo que, aparentemente, o julgador só tem duas opções: conceder o pedido ou ver a violência instaurada. Diga-se desde logo que o feito terá tramitação célere e isenta e que eventual violência que venha a ser praticada há de ser qualificada como ato premeditado, da responsabilidade de seus autores e incentivadores. ...Feitas essas considerações, INDEFIRO a liminar postulada, posto que nada vejo de teratológico ou absurdo na decisão objeto do Mandado.” Que se tenha notícia é a primeira vez que um pedido de reintegração de posse é negado porque a terra não cumpre a função social. Que não seja a última. ÁGUA Marcha sobre as Barragens O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), está realizando, a partir do dia 29 de outubro e durante uma semana, a Marcha sobre as Barragens, uma mobilização nacional envolvendo manifestações e ocupações de hidrelétricas. No Rio de Janeiro, 350 pessoas, em sua maioria atingidos pelas barragens de Cana Brava e Serra da Mesa (Centro Oeste) e Itá (Sul), ocuparam no dia 29, os escritórios de Furnas. No final da tarde, uma comissão de atingidos foi recebida pela diretoria de Furnas e conseguiram importantes avanços. Tiveram garantias do fornecimento de cestas básicas para 400 famílias atingidas pela barragem de Manso, na Chapada dos Guimarães, em Mato Grosso, que também foi ocupada. Outra garantia importante foi a revisão dos reassentamentos já construídos – eles ficavam em terrenos com solo arenoso, impróprios para a agricultura. Na barragem de Serra da Mesa, em Goiás, os atingidos conseguiram a garantia de Furnas para rever a indenização das famílias e também fazer o cadastro de mais 600 famílias atingidas, que ainda não foram reconhecidas pela empresa. Uma nova reunião do MAB com Furnas está marcada em Cuiabá (MT) para o dia 6 de novembro. Foram também ocupadas as hidrelétricas de Fumaça, região do Alto Rio Doce (Minas Gerais) e a barragem de Barra Grande, na divisa do Rio Grande Sul com Santa Catarina. Em Tucuruí (PA), os atingidos estão em assembléia e esperam abrir negociações com a Eletronorte. No dia 31, lideranças do MAB e atingidos pela barragem de Corumbá IV, estarão em Brasília entregando uma pauta de reivindicações para o Ministério das Minas e Energia, Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), ao Ibama e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário. Entre as reivindicações pedem o estabelecimento de uma moratória na construção de barragens para as empresas que não resolveram os problemas sociais nas obras em construção ou já construídas. Querem também que o governo defina critérios e diretrizes claras, que devem ser respeitados pelas empresas construtoras no que diz respeito às áreas indígenas e remanescentes de quilombos. Segundo o MAB, mais de um milhão de pessoas foram expulsas de suas terras pela construção de barragens e 3,4 milhões de hectares de terras produtivas e florestas foram inundadas. Atualmente, mais de 40 mil famílias estão com pendências de barragens que foram construídas e não receberam indenizações nem foram reassentadas A região do Alto Rio Doce, na Zona da Mata de Minas Gerais, está sendo invadida por várias empresas que estão construindo barragens para gerar energia para as mesmas, atingindo em torno de três mil pequenos agricultores. Entre os vários projetos de barragens está a hidrelétrica de Fumaça, construída pela ALCAN (Alumínios Canadenses), que teve o canteiro de obras ocupado pelo MAB. Mais de 200 famílias serão atingidas pela barragem e, de acordo com o MAB, a empresa iludiu os trabalhadores obrigando-os a assinar documentos sem saber o que assinavam. Comissão Pastoral da Terra - Assessoria de Comunicação Assessora: Malu Maranhão Fone: 62 212 6466 Fax: 212 0421 E-mail cptnac at cultura.com.br Rua 19, no. 35, 1º andar – Setor Central CEP 74030-090 Goiânia – Goiás ______________________________________________________________________ Abbonati a Yahoo! ADSL con Atlanet! Naviga su Internet ad alta velocità, e senza limiti di tempo! Avrai sempre il telefono libero e non dovrai pagare il traffico telefonico per collegarti a Internet. Per saperne di più vai alla pagina http://adsl.yahoo.it
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