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R: Attivista MST arrestato all'uscita dal Quartier Generale di Arafat ed espulso
- Subject: R: Attivista MST arrestato all'uscita dal Quartier Generale di Arafat ed espulso
- From: "Enrico Peyretti" <peyretti at tiscalinet.it>
- Date: Thu, 25 Apr 2002 10:46:37 +0200
Certamente peacelink ci pensa, ma ugualmente ricordo la necessità che tutte le testimonianze come questa vengano non solo conservate ma fatte arrivare a chi dovrà giudicare i fatti, specialmente il massacro di Jenin, (come si fece per i fatti di Genova a luglio). Enrico Peyretti ----- Original Message ----- From: Giovanni <gnicosia at inwind.it> To: <pace at peacelink.it> Sent: Thursday, April 25, 2002 9:13 AM Subject: Attivista MST arrestato all'uscita dal Quartier Generale di Arafat ed espulso > 22/04/2002 - 16h13 > Ativista do MST será expulso de Israel e volta ao Brasil amanhã > > SÍLVIA FREIRE > da Folha Online > > O agricultor gaúcho e líder do MST Mário Lill deve embarcar para o Brasil > amanhã. Ele foi preso hoje por voltas das 11h de Israel (6h de Brasília) ao > deixar o quartel-general da Autoridade Palestina, em Ramallah, onde estava > confinado junto com ativistas de vários países. > > Segundo um alto funcionário da missão diplomática do Brasil em Tel Aviv, > que vinha conversando com Lill frequentemente, o agricultor deve ser > submetido a um processo judicial no país por violar regras de imigração e > ser expulso de Israel. > > Os diplomatas brasileiros esperam poder conversar com Lill nas próximas 12 > horas. "Esperamos que ele chegue são e salvo ao Brasil", disse o > funcionário que pediu para não ser identificado. > > Segundo a embaixada brasileira em Tel Aviv, o governo israelense mostrou > uma boa disposição para superar o fato e garantiu que o agricultor seria > tratado com "cordialidade". > > Lill deixou o quartel-general junto com outros nove ativistas -oito > franceses e um britânico. Ele estava confinado no local junto com o > presidente da Autoridade Palestina, Iasser Arafat, desde o dia 29 de março, > servido de escudo humano ao líder palestino. > > Segundo integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) o > grupo decidiu deixar o quartel-general de Arafat com a chegada ontem de 12 > ativistas provenientes dos Estados Unidos, Bélgica e Austrália. > > 22/04/2002 - 13h08 > Ativista do MST é preso pelo Exército israelense > > SÍLVIA FREIRE > da Folha Online > > O agricultor gaúcho Mário Lill, que estava confinado no quartel-general da > Autoridade Palestina, em Ramallah, foi preso hoje, por volta da 6h (horário > do Brasil), pelo Exército israelense. Neste momento, Lill está prestando > depoimento em Jerusalém. > > Segundo informações do cônsul brasileiro, Roberto Coutinho, Lill deve > deixar o país até o final da tarde de hoje. Coutinho está no aeroporto de > Jerusalém aguardando a chegada do agricultor brasileiro. > > De acordo com integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem > Terra) do Rio Grande do Sul, Lill e outros seis agricultores europeus que > estavam no quartel-general de Iasser Arafat articulavam a saída deles para > hoje com a chegada ao local ontem de 12 novos ativistas vindos dos Estados > Unidos, Bélgica e Austrália. > > Os militantes irão manter o escudo humano em defesa do líder da Autoridade > Palestina contra possíveis ataques do Exército israelense. > > Segundo o MST gaúcho, diplomatas do Brasil e da França aguardavam a saída > dos ativistas, mas o Exército impediu que entrassem em contato com eles. > > O último contato de Lill com o Brasil foi feito ontem à tarde com > integrantes do MST em Porto Alegre. Segundo Miguel Stédile, assessor de > comunicação do movimento, ele estava bem apesar do cansaço e desgaste > psicológico. > > Leia mais: > > 22/04/2002 - 08h23 > Sem-terra deixa hoje quartel de Arafat em Ramallah > > PAULO DANIEL FARAH > da Folha de S.Paulo > > O agricultor gaúcho Mário Lill, 36, representante do MST (Movimento dos > Trabalhadores Rurais Sem Terra), que está no complexo presidencial onde o > líder palestino Iasser Arafat se encontra confinado, em Ramallah, acredita > que vai conseguir deixar hoje o local com mais cinco estrangeiros. > > Ontem, mais 12 pacifistas entraram no complexo, incluindo dois americanos, > dois britânicos, um dinamarquês e um norueguês. A maioria pertence ao Grupo > de Solidariedade ao Povo Palestino. Houve muita confusão, segundo Lill, que > conta que tomou dois banhos desde o final de março, quando entrou no local, > e que, por isso mesmo, é a primeira coisa que pretende fazer ao sair. > > Folha - Entraram mais 12 estrangeiros no complexo hoje [ontem". O que eles > fazem e de onde vêm? > Mário Lill - São pacifistas. Dois americanos, dois britânicos, um > dinamarquês, um norueguês e outros estrangeiros. A maior parte é do Grupo > de Solidariedade ao Povo Palestino. > > Folha - Houve confusão? > Lill - Sim, muita confusão. Eram umas 40 pessoas. Estavam divididas em dois > grupos: um entrou pelo portão dos fundos, e outro, pelo da frente. Chegaram > ao mesmo tempo e surpreenderam o Exército israelense. Até o Exército se dar > conta, um grupo conseguiu entrar. O Exército disparou, houve muitos tiros, > bombas de efeito moral e disparos com as metralhadoras no chão, mas não > chegou a atingir ninguém. Os mais corajosos conseguiram passar. > > Folha - Você tem alguma previsão de quando vai sair? > Lill - Pretendemos sair amanhã [hoje" da mesma forma que nós entramos. > Vamos levantar a mão, tranquilos, e vamos embora. Eu conversei com o > embaixador brasileiro e ele disse que não pode fazer nada, que fará o > máximo para chegar perto, mas ele não tem força. É uma ladainha que cansa. > > Ele acredita que, no máximo, vai poder me ver no aeroporto. Ter embaixador > e não ter não faz diferença. > > Folha - Acha que vai ser detido? > Lill - Sim, acho que vão nos pegar e interrogar. Eu não tenho o que falar > para eles, não entendo nem a língua deles. Se puserem um tradutor, eu não > tenho o que falar. A única coisa é que estou aqui em missão de paz. A única > saída para os dois lados é a paz. Mas nós vamos ver se nós conseguimos > driblá-los. Estou aqui a convite do povo palestino, não fizemos crime algum. > > Folha - Quantas pessoas devem sair? E qual a nacionalidade delas? > Lill - Além de mim, há um basco e quatro franceses. > > Folha - Por que o grupo vai sair? > Lill - Para fortalecer o trabalho pela causa palestina lá fora. > > Folha - Arafat conversou com vocês hoje [ontem"? > Lill - Conversou com o grupo que chegou. Agradeceu a presença e explicou a > situação. Falou muito da incomunicabilidade com o seu povo. Faz > praticamente seis meses que ele está preso com o seu povo, sem viajar > [Arafat está em Ramallah desde o início de dezembro]. E ele era alguém que > viajava muito. > > Folha - O complexo presidencial pode ser atacado? > Lill - Após a vinda de Powell [Colin Powell, secretário de Estado dos EUA], > os EUA exigiram que Israel não nos ataque. Mas Arafat disse que não tem > garantia de que Sharon [Ariel Sharon, premiê de Israel] não vá fazer isso. > > Folha - Houve alguma mudança na rotina quando Powell conversou com Arafat > em Ramallah? > Lill - Os israelenses fizeram uma faxina na frente do quartel-general > porque eles destruíram tudo, os carros dos civis e outras coisas. E eles > jogaram terra por cima. O complexo tem vários prédios, e nós estamos em um > só. No resto estão os israelenses, que forçaram, com armas, um pessoal do > saneamento a ligar a água e a desentupir os esgotos apenas dos prédios em > que eles estão. Pela força das armas, eles foram forçados a fazer isso. > > Folha - Qual a situação atual? Há água e luz? > Lill - Volta e meia eles cortam a luz, mas de qualquer forma a gente tem de > ficar no escuro por uma questão de segurança. Os soldados estão sempre > próximos. Tem um buraquinho onde a gente dá uma espiada, mas é uma situação > perigosa. E falta água. > > Folha - Você está sem banho? > Lill - Depois de uma longa fila, tomei dois banhos. E falta roupa. > > Folha - Você está com a mesma roupa de quando chegou? > Lill - Troquei a camisa e a cueca. Os palestinos conseguiram uma cueca. > > Folha - Quantos banheiros vocês têm à disposição? > Lill - Vários, mas só dois deles têm água neste momento. > > Folha - São quantas pessoas? > Lill - Centenas. > > Folha - O que você vê daí? > Lill - Tanques, muitos. Os soldados estão dentro dos prédios, às vezes a > gente os vê. Tem horas em que não vemos ninguém, só tanques. Os soldados > ficam apontando para as janelas como se fossem disparar. Nos primeiros > dias, tínhamos boa comunicação. Agora bloqueiam as ligações. > > Folha - Onde você dorme? > Lill - Nós usamos um colchão de solteiro, onde dormem três. Ou usamos tapetes. > > Folha - Consegue andar dentro do prédio? > Lill - A gente circula, mas não muito porque tem o pessoal de Israel, e a > gente evita. > > Folha - E a comida? > Lill - A alimentação básica é um pão, com alguma pasta ou mistura. Às vezes > tem pepino e tomate. Hoje [ontem" tinha arroz e feijão. > > Folha - Tem acesso à cozinha? > Lill - Não há cozinha. O Exército de Israel a destruiu. O cozinheiro morreu > e ficou mais de uma semana lá, até Powell chegar. Tem um fogãozinho no > prédio com quatro bocas para fazer comida para centenas. A mistura é pouca. > > Folha - O que faz no tempo livre? > Lill - Escrevo, caminho, mas não dá para fazer muito exercício físico > porque senão a gente sua e ninguém aguenta ficar perto. Não tenho muito > contato com os palestinos devido à língua. Converso com o pessoal que fala > espanhol. > > Folha - O que você vai guardar da experiência? > Lill - Muitas coisas, mas tem de ter paciência. Nós, do MST, temos muita > experiência de convívio coletivo, mas é um estilo pobre. O maior problema é > a comunicação. Os árabes têm um convívio muito fraterno. Os soldados levam > um fuzil em uma mão e dão a outra a um amigo, como se eles fossem > namorados. Ou carregam um terço. O que me impressiona é o jeito simples. Às > vezes, à noite, a gente dorme sem manta, passa um soldado e nos cobre, como > minha mãe fazia. > > Folha - Qual sua impressão de Arafat? > Lill - Ele parece nunca perder o otimismo. Para mim, é uma surpresa. Tudo > parecia andar ao contrário, mas ele permanece otimista. Mas, logo depois da > reunião com o Powell, me pareceu nervoso. À noite já estava melhor. > > Folha - Como vocês acompanham as notícias? > Lill - Temos a CNN, a televisão francesa, uma suíça e a Al Jazeera, que é > difícil de entender, mas é mais pelas imagens. Sempre tem alguém para > traduzir. Acompanhamos o que se passa em Jenin e Belém diariamente. Todo > dia tem gente que perde um irmão, um amigo, um parente. Isso já é diário. > Temos contato direto com Jenin, inclusive com pessoas que estavam aqui nos > primeiros dias. Foi um massacre [o governo israelense nega". Estou seguro > disso. O pessoal relatou situações em que o Exército israelense, não > satisfeito em matar, colocou os corpos para os tanques passarem por cima, > esmagando. Isso é um extremismo. Há um piloto de helicóptero que se negou a > bombardear um apartamento que teria cinco pessoas dentro. Ele se negou, > recebeu ordem duas vezes, e esse piloto está desaparecido. > > Folha - O que resolveria esse impasse atual, na sua opinião? > Lill - Tem de vir uma força internacional de proteção. A questão > fundamental é o território. O povo palestino se defende com as armas que > têm. Por isso que enfrentam um tanque com um fuzil. Eles utilizam as mais > variadas formas que conhecemos, homens-bomba, os atentados. > > Folha - O que você acha dos atentados suicidas? > Lill - Eles nos dizem que não têm armas para enfrentar o Exército > israelense. "Estamos nos defendendo da invasão, essa é a única arma. > Colocar pessoas enfrentando tanques é tão suicida quanto o homem-bomba. Não > nos agrada muito fazer, mas...", dizem. Essa é uma análise fria. Não é a > minha opinião. Acredito, e por isso estou aqui, que tem de ser pela paz, > pela negociação. Estamos aqui para evitar que haja um ataque maior. A minha > presença se deve a isto. Para evitar a morte. > > Folha - Há extremistas religiosos aí dentro? > Lill - Não. Tem o Fatah, que é o grupo de Arafat. Eles também fazem luta > armada, mas não são esses extremistas muçulmanos que pregam na Palestina um > Estado religioso, islâmico. Arafat defende um Estado palestino, mas laico. > O Prêmio Nobel da Paz que ele recebeu é mais do que justo. > > Folha - O que você pretende fazer quando sair? > Lill - A primeira coisa é tomar um bom banho e trocar de roupa. Quero ver > minha família, meu filho, que está chamando pelo pai, minha esposa, meu > povo, meus companheiros sem-terra e descansar tranquilo. Preciso de uns > dias para respirar ar puro, poder colocar as idéias em ordem para fazer uma > melhor análise de todo o processo aqui. > > >
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