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Terrorismo e Nuovo ordine mondiale, di dom Tomas Balduino



Hola Peacelink,
Vi invio questo documento del vescovo TOmas Balduino,
presidente nazionale della CPT Commissione pastorale
della terra del Brasile su terrorismo e nuovo ordine
mondiale.
Saluti latinomaricani
cristiano morsolin dall'Ecuador

TERRORISMOS E A NOVA ORDEM MUNDIAL

Dom Tomás Balduíno*

	O dramático episódio que destruiu totalmente as
torres gêmeas de Nova York, o rombo profundo no prédio
do Pentágono e a medonha e imediata reação do governo
dos Estados Unidos, expõem para o mundo inteiro, da
maneira mais clara e detalhada, três tipos de
terrorismos.
	Em primeiro lugar, o terrorismo imprevisível,
praticado por autores anônimos, invisíveis e que, na
busca de seus objetivos e movidos por ódio implacável,
usam meios hediondos, sem lei, sem ética, fanáticos
suicidas, cruéis e sangüinários. Terrorismo que dispõe
de enormes recursos, utiliza a mais moderna
tecnologia, planeja suas ações a longo prazo, planeja
suas ações a longo prazo, mantidas no mais absoluto
segredo.
	Os co-autores que estão vivos, isto é, os que não
foram incorporados aos aviões bombas, embora caçados
por toda a parte, não estariam orgulhosos com a
surpreendente precisão dos golpes, articulados na
desafiadora complexidade de variáveis sem número? Não
estariam vibrando com a magnitude do espaço gratuito
que ganharam na mídia internacional? Não estariam
curtindo, finalmente, o dia a dia das conseqüências
muito mais pesadas do que o impacto inicial, a saber,
as buscas ansiosas e dolorosas dos restos mortais, bem
como a custosíssima remoção dos escombros da
apocalíptica devastação?

	O outro terrorismo é o visível, oficial, estatal,
imperial, legal, grandiloqüente, mobilizador dos
fóruns internacionais e da mídia mundial na conquista
da opinião pública para a execração do terrorismo
acima e do parecer favorável e solidário com o Estado
atingido e com as vítimas inocentes.
	Em virtude do “direito” de guerra utiliza vultuosos
recursos, declarados ou não, com ou sem aval do
Legislativo e à margem do Judiciário. Aciona táticas
secretas, no mais das vezes aéticas, sujas e malvadas.
Atua veloz e ininterruptamente, através da diplomacia
entre os Estados aliados e da intervenção militar ou
econômica entre os países hesitantes. Usa o suborno, a
alta premiação por cabeça, a violação da privacidade,
os encarceramentos e sobretudo as torturas e os
assassinatos. A lei aqui é a da conveniência.
	Depois dessa humilhação que feriu fundo o símbolo do
gigantesco poderio econômico-militar norte-americano e
desnudou os seus pés de barro, o terrorismo oficial
passa a agir com autoritarismo mandão, arrogância e
desprezo. Vai movido pelo instinto da vingança e pela
sede de banho de sangue. Declara uma guerra insana a
uns bodes expiatórios históricos, alguns deles antigos
aliados e alunos bem treinados. E aproveita para
fazer, diante do mundo inteiro, a obscena ostentação
triunfalista do seu arsenal bélico.
	E segue em frente, com absoluto desdém pela soberania
das Nações dos outros, especialmente as dos pobres e
dos famintos, e conta, muitas vezes, com a
subserviência do aparato policial-militar dos países
subalternos, como o Brasil, copiadores da intolerância
da moda de hoje contra árabes e muçulmanos.
	É este o terrorismo que o mundo já vem repudiando no
holocausto dos judeus, perpetrado pelo governo de
Hitler e no lançamento da bomba atômica sobre
Hiroshima e Nagasaki. É esta a leitura que se faz dos
30 anos de política obstinadamente parcial dos Estados
Unidos, no encarniçado conflito entre israelenses e
palestinos, tornando-o cada vez mais distante da paz.
São as quinhentas humilhantes intervenções dos mesmos
Estados Unidos em algum país da América do Sul e
Caribe desde 1882 até hoje. Aí se incluem os vários
golpes de estado. Inclui-se também o castigo do
vergonhoso bloqueio econômico infligido a Cuba desde
1961. Todo esse terrorismo é proclamado farisaicamente
em nome da “liberdade, da “democracia”, da
“civilização cristã” e ate de “Deus”.

	O terceiro terrorismo. Os analistas sociais
consideram o modelo econômico neoliberal como o
responsável pela atual situação de pobreza, miséria e
exclusão de um bilhão de pessoas – um quinto da
humanidade – e pela condenação à morte de milhões,
vítimas da fome, causada pela concentração incrível de
riqueza nas mãos de poucos, causada pela política de
supremacia do mercado. O Fundo Monetário Internacional
(FMI), que praticamente suplantou a Organização das
Nações Unidas (ONU), tornou-se o grande articulador
desta política equivocada, imperialista e perversa.
	No áspero diálogo entre membros do Fórum Social
Mundial de Porto Alegre, em janeiro deste ano, e os
representantes dos oito países mais ricos do mundo,
reunidos em Davos, caiu como uma bomba a acusação de
“assassinos” lançada àquela elite de servidores do
ídolo Moloc, o deus Dinheiro, sacrificador de seres
humanos.
	Este é o terrorismo que mais mata hoje em dia no
mundo. Mata homens e mulheres, mata também a “mãe
Terra, irmã Água, preciosa e casta, o irmão vento, o
ar e o tempo”, como cantava o seráfico Francisco de
Assis. O mundo não perdoa Bush por Ter se recusado a
assinar o tratado de Kioto. E o fez por não renunciar
ao lucro econômico das indústrias norte-americanas,
mesmo que o Planeta sofra o catastrófico efeito
estufa.

	E a humanidade? Terá ela que ficar na total
insegurança e à mercê da crueldade destes terrorismos?
Da guerra intrinsecamente imoral, só se pode esperar o
pior para o povo todo, sobretudo para os vencidos,
mas, certamente, também para os vencedores. Portanto,
nem império legal, hegemônico, policial e bélico, nem
contra-império ilegal, clandestino, violento. Qual a
saída, então? 
	É estranho que com tanta reflexão, até científica,
sobre aquele episódio de horror, do dia 11 de
setembro, e sobre as raivosas reações guerreiras,
pouco ou nada se tenha falado da impreterível
necessidade do estabelecimento da Sociedade
Internacional do Direito e da Justiça e da Nova Ordem
Mundial.
	Cadê a ONU? O que ela tem dito a respeito da
precipitada declaração desta 1ª guerra do século XXI?
É verdade que ela foi mesmo obrigada a suspender a
ação humanitária que vinha fazendo pelos famintos do
Afeganistão? 
	Não teria chegado a hora de se rever a lamentável
estrutura das Nações mais desunidas do que unidas na
intolerável desigualdade do direito de vez e voto,
neste tempo de universal reivindicação de liberdade e
igualdade? 
	E o Tribunal de Haia? Ficou para sempre desmoralizado
desde que o presidente Reagan escarneceu, com soberba,
da sua condenação a uma ação criminosa do governo dele
contra a Nicarágua?
	Sabemos que a Segunda sessão do Fórum Social Mundial,
prevista para janeiro de 2002, em Porto Alegre, deverá
aprofundar o fecundo horizonte da nova Ordem mundial
do Direito e da Justiça.
	Oremos ao Espírito de Deus para que irrompa naquela
belíssima multidão, proveniente dos quatro cantos da
Terra, como um novo e esperançoso Pentecostes de vida,
de alegria e de paz! 




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