[Prec. per data] [Succ. per data] [Prec. per argomento] [Succ. per argomento] [Indice per data] [Indice per argomento]
Analisi di Tarso Genro sulle sulla sconfitta del PT a San Paolo e Porto Alegre
- Subject: Analisi di Tarso Genro sulle sulla sconfitta del PT a San Paolo e Porto Alegre
- From: Serena Romagnoli <md1042 at mclink.it>
- Date: Fri, 05 Nov 2004 19:53:22 +0100
> > > > ENTREVISTA - JORNAL VALOR ECONÔMICO 03 de nov,2004 > > > > > > Para Tarso Genro, deslocamento da classe média contra PT causou derrota > > > eleitoral > > > por Sérgio Bueno De Porto Alegre > > > > > > Tarso: "O presidente Lula vai mexer no ministério. A equipe tem que > > > corresponder às relações políticas reais nos Estados" > > > > > > A derrota nas eleições em Porto Alegre e São Paulo marca o fim do > > > "segundo ciclo" de existência do PT, caracterizado por uma crise de > > > "ambigüidade" em escala nacional entre a utopia e o pragmatismo. O > > > terceiro ciclo, que começa a ser construído agora, depende da > > > reorganização do sistema de alianças, do sucesso do novo modelo de > > > desenvolvimento econômico que o partido tenta imprimir no país e deve > > > resultar, num horizonte mais imediato, na reeleição do presidente Lula > > > Inácio Lula da Silva em 2006. A avaliação foi feita pelo ministro da > > > Educação, Tarso Genro, em entrevista ao Valor. > > > > > > Segundo ele, uma razão comum para as derrotas em São Paulo e Porto > > > Alegre - um "baque fundo no prestígio político nacional e internacional" > > > - foi o "deslocamento" das classes médias contra o PT. A seguir, a > > > entrevista: > > > > > > Valor: Por que o PT perdeu em Porto Alegre e São Paulo? > > > > > > Tarso Genro: As eleições não podem ser compreendidas fora do contexto > > > nacional e do que chamo de encerramento do segundo ciclo da existência > > > do PT. O primeiro vai da fundação até 1988, quando ganhamos Porto Alegre > > > e São Paulo, e o segundo vai de 1988 a 2004. O encerramento deste ciclo > > > se caracteriza por uma crise de ambigüidade do partido em escala > > > nacional. > > > > > > Valor: Que ambigüidade é esta? > > > > > > Genro: De um lado, o PT ainda com certos traços utópicos relacionados > > > com sua história e, de outro, o PT que descamba para um acordo > > > completamente fora dos parâmetros históricos, como em São Paulo, com (o > > > apoio) de (Paulo) Maluf. Essas duas características do partido estão > > > derrotadas. Isto significa que se esgota tanto o pragmatismo que nos > > > leva para uma postura de partido tradicional quanto aquela visão do PT > > > como partido de movimento, de generosidade e de luta e que chega ao > > > governo, cumpre tarefas de alta relevância, governa bem, mas é > > > derrotado. > > > > > > Valor: As derrotas em Porto Alegre e São Paulo representaram um > > > julgamento e um enfraquecimento do governo Lula? > > > > > > Genro: O governo Lula não sai enfraquecido, mas o PT pode se enfraquecer > > > se não analisar com profundidade a causa das derrotas nessas duas > > > regiões emblemáticas e não iniciar a construção de novo projeto > > > partidário para este terceiro ciclo. O governo Lula saiu bem das > > > eleições e isto é muito importante para o partido e o país. > > > Quantitativamente o PT mostrou mais vigor e capilaridade nacional, mas é > > > absolutamente incontornável reconhecer que a perda de São Paulo e Porto > > > Alegre constitui um baque fundo no nosso prestígio político nacional e > > > internacional. > > > > > > Valor: O que houve de semelhante nas derrotas nessas cidades? > > > > > > Genro: Por causas diferentes tivemos o mesmo deslocamento de setores > > > médios contra nós. A Marta Suplicy foi uma excelente prefeita, o João > > > Verle também. Ambos estavam muito bem considerados pelas pesquisas e nós > > > não conseguimos transferir esse apoio aos nossos candidatos. Há um > > > sentimento de renovação e de mudança, que nós mesmos somos > > > impulsionadores, e que se voltou contra nós. O encantamento, o charme e > > > a coerência da história do PT alcançaram seu ápice com a eleição do > > > presidente Lula e destes governos (municipais). Isto se esgotou. Sem um > > > novo impulso, esse ápice pode entrar num processo de deterioração. Acho > > > que o discurso do encantamento da classe média que se produzia em função > > > de uma visão sócio-transformadora não tem mais nenhum apelo num mundo > > > completamente irracional, consumista e comprimido pelo processo > > > econômico que herdamos e ainda é muito cedo para dizer que foi > > > revertido. > > > > > > Valor: Funcionários públicos contrariados pela reforma da Previdência > > > estão neste contingente? > > > > > > Genro: É possível que tenha algum contingente influenciado por esse > > > processo, mas não creio que tenha sido definidor. Se isso fosse > > > verdadeiro, se o governo Lula fosse fator de problema, nós não teríamos > > > ganho no primeiro turno em Recife e Belo Horizonte. > > > > > > Valor: Mas o próprio candidato derrotado em Porto Alegre, Raul Pont, > > > admite que o descontentamento com o governo Lula pode ter influenciado o > > > resultado. O que houve de diferente entre Porto Alegre e Belo Horizonte, > > > por exemplo? > > > > > > Genro: Foram formas diferentes de disputar os conceitos sobre o governo > > > Lula. Na campanha de Belo Horizonte a questão do governo Lula esteve > > > presente de maneira intensa. E toda a relação política nacional, de > > > projeto, que o Fernando Pimentel apresentou durante a campanha esteve > > > totalmente vinculada ao governo Lula. Aqui no Rio Grande do Sul, a > > > discussão sobre o governo Lula não foi provocada nem por nós nem pelos > > > nossos adversários. Fica difícil dizer, então, como querem alguns > > > companheiros, que o governo Lula prejudicou a eleição do Raul. Na minha > > > opinião, não. > > > > > > Valor: Qual o caminho a seguir? > > > > > > Genro: Agora se trata de construir um novo ciclo, já colocando, como > > > elementos fundamentais, a questão da reeleição do presidente Lula, a > > > transição para um outro modelo de desenvolvimento e a pretensão de > > > reorganizar o sistema de alianças nacional, que hoje não tem nenhuma > > > coerência em termos federativos. > > > > > > Valor: Como deve ser esta reorganização? > > > > > > Genro: Não é aceitável que setores do PMDB e nomes do PSDB como Lúcio > > > Alcântara e Luiz Paulo Vellozo Lucas estejam fora do sistema de alianças > > > e uma constatação como esta implica que precisamos de uma reforma > > > política que possa oferecer alianças de caráter nacional e de acordo com > > > as visões programáticas dos partidos. É preciso uma visão mais > > > federativa do sistema de alianças, que permita uma mínima coerência na > > > relação com o Congresso e com as lideranças regionais. O que deve ser > > > privilegiado, num contexto mais imediato, é a reeleição do Lula. > > > > > > Valor: Que perfil o PT começa a desenhar neste terceiro ciclo? > > > > > > Genro: Estamos iniciando a etapa de construção, que não é curta. Não > > > será resolvida na próxima eleição e passa no mínimo por mais duas ou > > > três eleições. E, mais do que isto, passa pelos resultados do projeto > > > econômico que o governo Lula está desenvolvendo, do sucesso da transição > > > para um outro modelo de desenvolvimento, que na minha opinião ainda não > > > ocorreu e que está sintetizado pelo que o presidente disse recentemente > > > em Curitiba: 2005 será o ano da infra-estrutura e da educação. Concordo > > > plenamente com esta visão do presidente de privilegiar de maneira muito > > > clara duas ou três questões estruturadoras do novo modelo sob pena de > > > termos um bom governo, honesto, mas um governo médio, não um governo que > > > dê efetivamente a esperança no futuro. > > > > > > Valor: Isto não significa um afrouxamento orçamentário, uma mudança de > > > rumo provocada pelo resultado das eleições? > > > > > > Genro: O presidente não diria uma frase como disse em Curitiba de > > > maneira gratuita. Ele estava já sinalizando quais serão os dois > > > elementos da transição do modelo e acho que processo eleitoral fortalece > > > esta visão do presidente. Mas isto não implica em irresponsabilidade > > > orçamentária. Exige mais responsabilidade, mas também mais decisão de > > > fazer gastos bem feitos e isto não significa se isolar da comunidade > > > financeira internacional, não implica num afastamento da globalização. > > > Pelo contrário, significa entrar na globalização de maneira soberana, > > > ter um suporte político externo de enorme amplitude, relações comerciais > > > que dêem sustentação para alcançarmos taxas de crescimento compatíveis > > > com um país como o nosso, que devem ser no mínimo de 6% a 7% ao ano. > > > > > > Valor: Só que isto não é consenso dentro do partido. > > > > > > Genro: Qual é ambigüidade que o PT não resolveu? Como partido de governo > > > ele não enfrentou corretamente uma visão corporativa de sua base. E > > > enquanto partido de luta não conseguiu vincular a capacidade de produzir > > > demandas sociais e de pressões sobre o governo combinando-as com > > > decisões do governo. Isto determina uma contradição entre o partido que > > > está no governo e o que está fora. > > > > > > Valor: Esta situação não está afastando o PT de suas bases? > > > > > > Genro: A questão da reorganização da nossa base social passa muito mais > > > pela inclusão em relações formais de trabalho do que propriamente de > > > políticas sociais que são necessárias, mas não reorganizam a base da > > > sociedade, apenas combatem a miséria no seu ponto mais extremo. Então a > > > questão da retomada do crescimento, da inclusão das pessoas na sociedade > > > de classes passa a ser chave para um partido moderno de esquerda. Isto > > > significa altas taxas de crescimento, distribuição de renda e políticas > > > públicas fortes. Não é mais uma luta para agudizar o conflito de > > > classes, mas pela recoesão da sociedade. > > > > > > Valor: O que o PT gaúcho deve fazer para recuperar a hegemonia política > > > no Estado em 2006? > > > > > > Genro: Deve fazer excelentes governos nas cidades que estamos > > > governando, disputar politicamente junto à sociedade o significado do > > > governo Lula para o país, criar canais de diálogo ampliados com as > > > classes médias e começar a costurar um projeto de desenvolvimento para o > > > Rio Grande do Sul, projeto que não haverá se não ocorrer uma > > > renegociação, ainda que moderada, sem criar instabilidade, da dívida > > > pública dos Estados. Já disse isto quando concorri ao governo do Estado > > > (em 2002) e esta questão ainda permanece em aberto. > > > > > > Valor: O Sr. está recolocando a proposta, agora por dentro do governo > > > federal? > > > > > > Genro: Não vou abrir a discussão porque esta não é uma questão minha > > > como ministro da Educação, mas mantenho a mesma opinião que manifestei > > > durante a campanha eleitoral de 2002. > > > > > > Valor: O PT pode buscar uma aliança com o PPS de José Fogaça para formar > > > o desejado bloco de centro-esquerda em 2006? > > > > > > Genro: É muito cedo para dizer qual será ao sistema de alianças. O ideal > > > seria que o sistema de alianças regional reproduzisse com um mínimo de > > > coerência o sistema nacional e que tivesse o espectro de > > > centro-esquerda, onde PT seria o partido que representaria a esquerda. > > > Mas é cedo para falar em partidos. > > > > > > Valor: Como será a reforma ministerial pós-eleições? O Rio Grande do > > > Sul pode perder uma das quatro pastas? > > > > > > Genro: O presidente Lula vai mexer no ministério. É natural, porque o > > > ministério tem que corresponder às relações políticas reais nos Estados, > > > que, por conseguinte, refletem diretamente no Congresso, o centro > > > principal da governabilidade do país. Mas o presidente nunca mencionou > > > qualquer nome nem qualquer ministério, embora seja visível politicamente > > > que ele vá modificar alguma coisa. Em relação ao Rio Grande do Sul, > > > todos os ministros, como os de todos os demais Estados, ocupam cargos de > > > confiança do presidente e todos, indistintamente, devem estar preparados > > > para tomar outro rumo numa reforma ministerial. > > > > > > > > > > > >
- Prev by Date: ARGENTINOS, DERECHOS, HUMANOS Y FARSANTES
- Next by Date: ARGENTINA- MINERAS GRINGAS-como no dejarlos pasar!!!- Guatemala y Brasil contra mineras
- Previous by thread: ARGENTINOS, DERECHOS, HUMANOS Y FARSANTES
- Next by thread: ARGENTINA- MINERAS GRINGAS-como no dejarlos pasar!!!- Guatemala y Brasil contra mineras
- Indice: