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Cardoso e Almir Gabriel condannati dal tribunale internazionale sui crimini del latifondo in Para
- Subject: Cardoso e Almir Gabriel condannati dal tribunale internazionale sui crimini del latifondo in Para
- From: Serena Romagnoli <md1042 at mclink.it>
- Date: Fri, 31 Oct 2003 18:41:46 +0100
31/10/2003 Por unanimidade, FHC e Almir Gabriel foram condenados pelo Tribunal Internacional dos drimes do latifúndio no Pará Em votação unânime os oito jurados condenaram os réus, Fernando Henrique Cardoso e Almir Gabriel por serem responsáveis por diversos crimes de violação dos direitos humanos e ambientais. Conforme o Jurado Júlio José de Souza "os opositores dos direitos humanos, madeireiros, fazendeiros, grileiros, os latifundiários e outros interesses econômicos, depositaram as suas esperanças na ação dos deputados estaduais, federais, senadores, poder judiciário e principalmente nos Governos, Estadual e Federal, aqueles que se declararam os fortes opositores do direito dos trabalhadores rurais e dos povos indígenas, apostando na impunidade, esquecendo o lado social e humanitário, rasgaram a carta magna brasileira, construindo uma estrutura, a tão falada neoliberal, e em nome do desenvolvimento e com apoio dos órgãos oficiais, seja federal, no comando de FHC ou estadual, no comando de Almir Gabriel, nos anos de seus governos foram assassinados e escravizados centenas de trabalhadores rurais, e na maioria das vezes saíram da escravidão e voltaram a escravidão. A jurada Salete Macaloz em seu voto disse que "os fatos que ensejaram a instauração deste Tribunal Internacional, restaram sobejamente comprovados, com tipificação nos ordenamentos multilaterais, a começar pela Declaração Universal dos Direitos do Homem, da Mulher e da criança, nos acordos sobre Direitos Humanos, na Constituição Federal de 1988 e na legislação infraconstitucional, em duas linhas de conduta": 1a) os réus, Sr. FHC e Sr. Almir Gabriel são culpados não por omissão imprópria, mas por abuso de poder era comissiva atitude em não exercer os seus mandatos assegurando a paz, garantindo aos cidadãos a segurança necessária a sobrevivência e trabalho com dignidade. São culpados porque agiram positivamente e criaram a simulação de missão. A atitude de puxar o gatilho é direta, positiva e participativa por não criar as condições impeditivas. 2a.) Os réus são culpados ainda por todas as ações governamentais que priorizam os interesses econômicos, fortalecedoras das atitudes criminosas da grilagem, do desmatamento, dos crimes ambientais, dos massacres, dos assassinatos, da negação de justiça, da impunidade, da evasão de riquezas, da não execução da reforma agrária, do trabalho escravo, do abuso das mulheres, crianças e homens, da não defesa da vida. Termina dizendo que os réus deverão ter referidos nomes, sempre que pronunciarmos os seus nomes, à condenação presente: Fernando Henrique Cardoso, condenado pelo Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio do Pará; Almir Gabriel, condenado pelo TICL. Na sentença, o presidente do Tribunal Dr. Helio Bicudo diz que os réus foram condenados porque a omissão se transformou em ação nas reiteradas violações dos direitos humanos. A omissão se transformou em ação dolosa. Os réus foram condenados por não implementarem políticas que garantissem os direitos econômicos, sociais e culturais. A sentença será encaminhada ao Presidente da República do Brasil, presidente do Senado Federal, Presidente da Câmara dos Deputados, OEA, Parlamento Europeu, Parlamento Latino americano, Tribunal Penal Internacional, Governo do Estado do Pará, Assembléia Legislativa, TJ e entidades de direitos humanos. O tribunal que ocorreu de 27 a 30 de outubro, em Belém do Pará teve como presidente, Dr. Hélio Bicudo, na condição de advogada de acusação, Dra. Rosa Maria Cardoso da Cunha; como defensor dos réus, Dr. Rubens Mota e como jurados Salete Macaloz (Juíza Federal do Rio de Janeiro), James Petras (Sociólogo americano), Pe. Martinho Lens (CNBB Nacional), Jennifer Harbury (advogada dos EUA), Stephan Scwartzman (Ativista dos direitos humanos nos EUA), Júlio José de Souza (Representante do Conselho Indígena de Roraima), Fernando Fernandez (Plataforma rural da Espanha), Mary Lawlor (Representante da Front Line na Holanda). Durante quatro dias cerca de mil camponeses vindos de todas as regiões do Estado do Pará e de outros Estados do Brasil acompanharam toda a programação do Tribunal Internacional. Várias personalidades ligadas aos direitos humanos e políticos também estiveram presentes no evento. Como protesto dos participantes do tribunal fica a intervenção e o boicote executados pela TV Liberal do Pará e da Rede Globo de Televisão. A Democracia foi novamente silenciada. Belém, 30 de outubro de 2003. A Coordenação do Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio. Tribunal mostra perseguição a sem-terra Verena Glass, Carta maior Belém - Com o objetivo de denunciar e julgar os culpados pelos crimes que, na última década, transformaram o Pará no Estado com o maior índice de violência no campo, o Tribunal Internacional dos Crimes do Latifúndio do Pará, ato simbólico organizado por entidades ligadas à Igreja Católica e movimentos sociais, começou nesta quarta (29) pela manhã com a tomada de depoimentos de testemunhas que sofreram violência policial em desocupações de terra, prisões arbitrárias, ameaças de morte e tiveram parentes e amigos assassinatos nos últimos oito anos no Pará. A Agência Carta Maior acompanha o julgamento. O processo, um relatório minucioso de crimes e de violações dos direitos humanos no Estado, acusa o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador do Pará Almir Gabriel de omissão em relação à situação de conflito no Estado. Também acusa fazendeiros, pistoleiros, grileiros, madeireiros e policiais como executores dos crimes, e o Judiciário de morosidade e parcialidade ao permitir a impunidade de promotores do trabalho escravo, assassinos e mandantes. A primeira acusação, lida pela advogada Rosa Maria Cardoso, se refere à violação do direito à vida, garantida nos artigos 1 e 3 da Declaração Universal dos Direitos Humanos e 4 e 5 da Convenção Americana dos Direitos Humanos. O texto afirma que, entre os anos de 1995 e 2002, das 271 mortes ocorridas em função de conflitos agrários no país, 113 aconteceram no Pará, onde também foram registradas 76 tentativas de assassinatos. Segundo a acusação, neste período se constatou uma clara seletividade dos crimes, que vitimaram principalmente lideranças dos movimentos de luta pela reforma agrária, como dirigentes sindicais e do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O segundo item da acusação, violação do direito à liberdade, garantido pelos artigos 9 da Declaração Universal dos Direitos Humanos, 7 da Convenção Americana dos Direitos Humanos e 5 da Constituição brasileira, aponta que, durante os mandatos de Cardoso e Gabriel, ocorreram 454 prisões de sem-terra e lideranças indígenas no Pará, 119 delas entre os anos de 2000 e 2002. As condições precárias das celas, a falta de alimento para os presos e a ocorrência de tortura foi, segundo o processo, uma característica comum a todos os casos, o que também constou de um relatório da ONU sobre tortura elaborado em abril de 2001. Outra violação de direitos humanos, afirmou a advogada de acusação, é a destruição total pela polícia das casas, dos bens pessoais e das lavouras dos agricultores em ações de desocupação. Os trabalhos da manhã foram encerrados com um relatório contundente de frei Xavier Plassati, coordenador da campanha nacional da Comissão Pastoral da Terra (CPT) contra o trabalho escravo, sobre a situação do trabalho escravo no Pará. Plassati, que no evento substituiu o juiz Jorge Vieira, jurado de morte em função de ações contra fazendeiros e grileiros, afirmou que a falta de punição de fazendeiros que utilizam trabalho escravo agravou o quadro no Estado nos últimos três anos. ³Em 2000, foram autuadas 16 fazendas e libertados 300 trabalhadores no Pará. Em 2001, foram 24 autuações e 1.300 trabalhadores libertados. Este ano, o número subiu para 117 fazendas totalizando 4.333 trabalhadores em regime de escravidão², denunciou o religioso. Segundo ele, a maior parte dos libertados vem de uma história de trabalho infantil, 90% são analfabetos e vivem em condições de miséria absoluta em Estados como Piauí, Maranhão e Tocantins. ³Isso facilita o agenciamento pelos fazendeiros, que de mais a mais se vêem protegidos por uma longa tradição de impunidade. Dos 40 casos que foram a julgamento, apenas 5 receberam condenação, que nada mais é do que pagamento de cestas básicas ou liberdade assistida.² O principal problema no Estado, afirmam lideranças dos movimentos sociais do campo, é a conivência da Justiça com os criminosos, dos quais pouquíssimos foram a julgamento e menos ainda foram condenados. Hélio Bicudo, jurista e vice-prefeito de São Paulo, presidente do Tribunal, apesar de não ter validade legal, o evento em Belém tem a função de esclarecer a opinião pública e pressionar os poderes Legislativo e Executivo. ³O relatório final do Tribunal será encaminhado para o presidente, o Senado, a Câmara Federal, o Supremo Tribunal Federal, o ministro da Justiça, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a Comissão de Direitos humanos da ONU e o Parlamento Europeu. Acreditamos que é uma forma eficiente de cobrar soluções do problema de conflitos no Pará.² /
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