Sgombero violento in Parana in un accampamento nato nel novembre 1999



 

DESPEJO NO PARANÁ: 

POLÍCIA RESSUSCITA TÁTICAS DA ERA LERNER

 

Cerca de 400 policiais entraram no Acampamento da Fazenda Império, de 1,8
mil há, no município de Cândido de Abreu (região centro do Paraná), onde 85
famílias estavam acampadas há quase 4 anos, desde 15 de novembro de 1999. A
área foi vistoriada pelo INCRA e tem processo de desapropriação por não
cumprimento da função social. O próprio fazendeiro já havia oferecido a área
para compra. 

A Fazenda Império situa-se num dos municípios mais pobres do Paraná, com um
dos piores IDH´s (índice de desenvolvimento humano): 36,21% de sua população
vive abaixo da linha da pobreza. O assentamento das famílias significaria um
avanço significativo na produção de alimentos e geração de renda para o
município. 

A mobilização de policiais começou ontem à noite e o despejo iniciou-se por
volta das 9 horas da manhã de hoje. Até este momento os trabalhadores/as
ainda não desocuparam completamente a área e estão sofrendo uma série de
humilhações e ultrajes por parte dos policiais, que utilizam as mesmas
táticas praticadas durante o governo Jaime Lerner: caça e prisão de
lideranças (3 trabalhadores encontram-se presos neste momento), congelamento
da área, separação de mulheres e crianças, segregação por “grupos de
origem”, insultos e xingamentos aos trabalhadores, a situação é tão grave
que o dirigente nacional do MST, José Damasceno, foi ao local para ajudar
nas negociações, quando lá chegou foi revistado e todo o seu material
(caderno de anotações, agenda, livro) foi roubado pelo comandante da
operação que disse que iria entregá-los para o Secretário de Segurança
Pública, isso tudo revelam mais uma vez a ideologização da polícia contra os
sem terra. Além disso, as pessoas estão sendo conduzidas aos chamados
“locais  de origem” – como no passado, deverão ser abandonadas em beiras de
estradas ou praças públicas, já que não tem para onde ir.

Condenamos veementemente a atitude da Secretaria de Segurança, que rompe o
entendimento firmado em uma negociação realizada na semana passada com a
coordenação do MST, estabelecendo um prazo para desocupação da Fazenda
Sonda, em Santa Maria do Oeste. A secretaria de Segurança acaba tencionando
de forma desnecessária numa situação praticamente resolvida.
Responsabilizamos o governo estadual por qualquer ato de violência que venha
a ocorrer nas próximas horas e durante a noite de hoje.

Solicitamos do governo do Estado:

1.                        O estabelecimento de um processo re-educativo com
os policiais paranaense, para que tratem os trabalhadores/as sem terra como
cidadãos e não como criminosos e/ou inimigos;

2.                        A libertação imediata das 3 lideranças presas
ilegalmente; 

3.                        A garantia de que o povo possa permanecer unido (e
não espalhado pelo interior do Paraná) e que possa retirar da área todas as
benfeitorias e investimentos realizados nesses 4 anos de trabalho, inclusive
com liberação de cestas básicas para as famílias que foram retiradas da
terra onde produziam o seu próprio alimento;

4.                        Agilização da reforma agrária, como única medida
para a paz no campo.

 

Comissão Pastoral da Terra do Paraná

Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra

Informações: 345-4225(MST) e 224-7433 (CPT)

 

 

 

 
Reforma Agrária: Por um Brasil sem Latifúndio!
Soberania SIM, Alca não!