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Sgombero violento in Parana in un accampamento nato nel novembre 1999
- Subject: Sgombero violento in Parana in un accampamento nato nel novembre 1999
- From: Serena Romagnoli <md1042 at mclink.it>
- Date: Thu, 16 Oct 2003 08:28:24 +0200
DESPEJO NO PARANÁ: POLÍCIA RESSUSCITA TÁTICAS DA ERA LERNER Cerca de 400 policiais entraram no Acampamento da Fazenda Império, de 1,8 mil há, no município de Cândido de Abreu (região centro do Paraná), onde 85 famílias estavam acampadas há quase 4 anos, desde 15 de novembro de 1999. A área foi vistoriada pelo INCRA e tem processo de desapropriação por não cumprimento da função social. O próprio fazendeiro já havia oferecido a área para compra. A Fazenda Império situa-se num dos municípios mais pobres do Paraná, com um dos piores IDH´s (índice de desenvolvimento humano): 36,21% de sua população vive abaixo da linha da pobreza. O assentamento das famílias significaria um avanço significativo na produção de alimentos e geração de renda para o município. A mobilização de policiais começou ontem à noite e o despejo iniciou-se por volta das 9 horas da manhã de hoje. Até este momento os trabalhadores/as ainda não desocuparam completamente a área e estão sofrendo uma série de humilhações e ultrajes por parte dos policiais, que utilizam as mesmas táticas praticadas durante o governo Jaime Lerner: caça e prisão de lideranças (3 trabalhadores encontram-se presos neste momento), congelamento da área, separação de mulheres e crianças, segregação por “grupos de origem”, insultos e xingamentos aos trabalhadores, a situação é tão grave que o dirigente nacional do MST, José Damasceno, foi ao local para ajudar nas negociações, quando lá chegou foi revistado e todo o seu material (caderno de anotações, agenda, livro) foi roubado pelo comandante da operação que disse que iria entregá-los para o Secretário de Segurança Pública, isso tudo revelam mais uma vez a ideologização da polícia contra os sem terra. Além disso, as pessoas estão sendo conduzidas aos chamados “locais de origem” – como no passado, deverão ser abandonadas em beiras de estradas ou praças públicas, já que não tem para onde ir. Condenamos veementemente a atitude da Secretaria de Segurança, que rompe o entendimento firmado em uma negociação realizada na semana passada com a coordenação do MST, estabelecendo um prazo para desocupação da Fazenda Sonda, em Santa Maria do Oeste. A secretaria de Segurança acaba tencionando de forma desnecessária numa situação praticamente resolvida. Responsabilizamos o governo estadual por qualquer ato de violência que venha a ocorrer nas próximas horas e durante a noite de hoje. Solicitamos do governo do Estado: 1. O estabelecimento de um processo re-educativo com os policiais paranaense, para que tratem os trabalhadores/as sem terra como cidadãos e não como criminosos e/ou inimigos; 2. A libertação imediata das 3 lideranças presas ilegalmente; 3. A garantia de que o povo possa permanecer unido (e não espalhado pelo interior do Paraná) e que possa retirar da área todas as benfeitorias e investimentos realizados nesses 4 anos de trabalho, inclusive com liberação de cestas básicas para as famílias que foram retiradas da terra onde produziam o seu próprio alimento; 4. Agilização da reforma agrária, como única medida para a paz no campo. Comissão Pastoral da Terra do Paraná Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra Informações: 345-4225(MST) e 224-7433 (CPT) Reforma Agrária: Por um Brasil sem Latifúndio! Soberania SIM, Alca não!
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