Campagna contro la decisione del governo Lula di aprire, per un anno, alla soia transgenica



 
Dopo la decisione del governo Lula di aprire, per un anno alla soia
transgenica, c'è una richiesta da parte dei movimenti sociali brasiliani (e
tra questi del MST) di mandare messaggi al governo brasiliano contro questa
decisione. 
Il MST introduce questa richiesta diffondendo un articolo dello scrittore
Luis Fernando Verissimo.

Se anche voi come Luis Fernando Veríssimo, "siete antitransgenici da quando
eravate piccoli" diffondete questa notizia e mandate il  messaggio riportato
in basso al governo brasiliano



MST Informa Urgente

Ano II - nº 7                                            quinta-feira, 25 de
setembro de 2003   

Dois lados 

*Luis Fernando Veríssimo

Minha posição na questão dos transgênicos é um claro e firme "não sei". Já
li e ouvi tantas opiniões convincentes, para um leigo, a favor e contra, que
me consolo com a idéia de que, nesse assunto, todos são leigos. Um lado diz
que ainda não se sabe o bastante sobre os efeitos de grãos geneticamente
modificados na saúde das pessoas e do ambiente para liberá-lo, o outro diz
que está cientificamente comprovado que transgênico não faz mal e se opor a
ele é se opor ao progresso. Já que nós, os leigos sem argumentos, não
sabemos que lado está mentindo ou tem razão, só nos resta escolher o lado
mais simpático. E, no quesito simpatia, sou antitransgênico desde
pequeninho.

O argumento mais forte de um lado é o lucro, o dos produtores que gastam
menos com insumos e herbicidas e ganham mais plantando o grão da discórdia,
e o da empresa que tem o quase monopólio mundial de sementes modificadas e
da nova técnica. O maior interesse do outro lado é o de prevenir os efeitos
possivelmente daninhos do cultivo dos transgênicos no ambiente e do seu
consumo nas pessoas.

Como não planto soja e não sou acionista da Monsanto, mas sou membro da
espécie humana, categoria assustada, é claro que torço por quem não quer nos
ver mais envenenados do que já estamos. Um argumento respeitável dos
pró-transgênicos seria o aumento da produção de grãos para um mundo que tem
fome.

Mas li que não só o aumento da produção não é tão significativo assim, como
já se produz comida suficiente no mundo: a mal nutrição existe porque
nadistribuição de alimentos também se defrontam o princípio do lucro máximo
e o ideal, e o lucro máximo vence fácil. E essa deformação não muda com mais
ou menos grão plantado.

O governo Lula parecia ter escolhido seu lado na questão quando escolheu a
Marina Silva como ministra do Meio Ambiente. Foi obrigado a mudar de lado
pelo fato consumado de que grande parte dos produtores de soja do país já
cultiva transgênicos, apesar da lei contra, e aplicar a lei agora traria o
caos. Fato consumado, desobediência civil, desafio orquestrado a leis que
consideram injustas... Os produtores rurais imitaram os métodos que
condenaram no MST, mas com mais sucesso. Talvez porque falte ao MST um lobby
como o da Monsanto.
Não sei.

* Luis Fernando Veríssimo ­ publicado no Jornal Zero Hora em 25/09/2003

 

 


 

V. Exa. Sr. Vice-Presidente da República José Alencar

Venho por meio desta solicitar a suspensão imediata do envio de Medida
Provisória ao Congresso Nacional para nova liberação de transgênicos no
Brasil até que este assunto, de extrema importância e gravidade, seja
apropriadamente debatido com os opositores dessa idéia que necessitam, tal e
qual os seus defensores, terem a oportunidade de exporem a V. Exa. e aos
Sr(a)s Ministro(a)s seus argumentos, de forma igualitária -- critério que
deve nortear todo governo minimamente democrático.

Ressalto que em nenhum país há estudos que comprovem a segurança desses
organismos geneticamente modificados para a saúde dos consumidores e para o
ambiente, e que esta liberação atenta contra a soberania alimentar dos
brasileiros e contra a economia do Brasil, que tem alcançado sucessivos
superávits de sua pauta de exportação devido justamente ao fato de o País
ser reconhecido nos mercados internacionais como livre de transgênicos.

Reitero, ainda, que até a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) afirma, em documento pública e amplamente divulgado em 02 de
setembro de 2003, que: ³A Embrapa está consciente de que praticamente
inexistem pesquisas conclusivas sobre os riscos para a saúde dos
consumidores que venham a ingerir alimentos geneticamente modificados, bem
como de que não há ainda no País pesquisas conclusivas sobre os riscos
decorrentes da liberação de OGMs no meio ambiente, o que deve ser estudado
caso a caso².

Faço questão de também expressar a minha confiança em que o governo não
trairá os compromissos assumidos durante a sua vitoriosa campanha quando
assumiu, em quatro momentos de seu Programa de Governo, o compromisso de
adotar na análise do problema dos transgênicos o princípio científico da
Precaução.

Sem mais,
(nome).

Para:
vpr at planalto.gov.br
presidente at planalto.gov.br
gabpr at planalto.gov.br  <mailto:>