Grido degl Esclusi - PRIMA PARTE



AGGIORNAMENTO ECUADOR N. 19

GRIDO DEGLI ESCLUSI/E – PRIMA PARTE

Invio questo messaggio sul Grido degli Esclusi/e che
il 7 settembre scorso si e’ svolto in tutto il brasile
e il prossimo 12 ottobre assumera’ una dimensione
latinoamericana.
“Il Grido degli Esclusi/e e’ un’espressione popolare
di allerta e denuncia delle diseguaglianze sociali,
della concentrazione del reddito e della ricchezza,
delle politiche di privatizzazione dei servizi
pubblici di base e dei programmi di aggiustamento
strutturale imposti dalle istituzioni multilaterali
come il Fondo Monetario Internazionale (FMI), la Banca
Mondiale e l’Organizzazione Mondiale del Commercio
(OMC). Apparteniamo a diversi settori sociali in
differenti paesi e uniamo le nostre voci di
indignazione per la costruzione di un grande movimento
per la giustizia, l’uguaglianza e la speranza.
Rappresentiamo i lavoratori e le lavoratrici della
campagna e della citta’, contadini senza terra, popoli
indigeni e afroamericani, disoccupati e sottoccupati,
migranti, giovani e bambini esclusi ed escluse dai
diritti fondamentali per sopravvivere con dignita’ ”
(Manifesto per il 2001).
Il Grido degli Esclusi e’ una manifestazione popolare
nata in Brasile nel 1994 come risposta alla crescente
situazione di esclusione sociale registrata in questo
paese per l’applicazione delle politiche di
aggiustamento neoliberale. Ha luogo ogni 7 settembre,
festa della commemorazione dell’indipendenza dal
Portogallo, ma non si riduce ad un solo giorno ma si
incammina in una serie di attivita’ prima e dopo che
le danno continuita’. Attualmente queste attivita’
sono coordinate dalla Pastorale Sociale della
Conferenza Nazionale dei Vescovi del Brasile insieme
al Movimento dei Senza Terra, la Centrale dei
Movimenti Popolari e la Centrale Unica dei Lavoratori.
Pero’ nelle diverse regióni e municipi si sono
integrate anche varie chiese cristiane, organismi non
governativi, movimenti sindacali e popolari
significativi.
Dal 1999 il Grido ha un carattere latinoamericano con
il titolo: “Per il lavoro, la giustizia e la vita”, il
cui momento culminante e’ il 12 ottobre. Il suo
propósito e’ di segnalare tutte le situación di
esclusione e le possibili soluzioni e alternative,
sulla base di cuattro obbiettivi centrali:
“Denunciare il modello neoliberale escludente e
perverso che minaccia e distrugge la vita e
l’ambiente, rafforzare la sovranita’ dei popoli e la
difesa della vita; il riscatto dei debiti sociali e
lottare per non pagare il debito estero”. 
Per promuovere questa iniciativa nei diversi paesi
della regione si sono articolate istanze di
coordinamento tra organizazióni e movimenti sociali,
sindacali, ecumenici, con la premessa dell’ “unita’
nella diversita’ “ e della necessita’ di una
partecipazione attiva dei settori esclusi nelle
diverse tappe del processo. In questo senso la
proposta e’ che nel giorno del Grido questi settori
confluiscano e “manifestino attraverso marche,
dibattiti, celebración, teatro, musica, poesia,
discorsi, ecc, suscitando una grande partecipazione
popolare con molta creativita’, facendo nasceré un
sogno che si diffonde per le strade con le voci
“rauche” delle classi oppresse ed escluse. Un grido
che genera legami di solidarieta’ e speranza, in
acordó alle particolarita’ di ogni paese.”

GRIDO DEGLI ESCLUSI/E  pagina web:  
http://movimientos.org/GRITO/

Allego due articoli di Frei Betto, teologo della
liberazione del Brasile, tratti da Correio da
Cidadania di settembre e un resoconto della segreteria
della campagna brasiliana sui vari eventi svolti in
Brasile.
Saluti latinoamericani
Cristiano morsolin
Ibarra, (Ecuador) mercoledi 3 ottobre 2001

	GRITOS DOS EXCLUIDO/AS
Comemora-se, no dia 7 de setembro, a independência do
Brasil. Consta que não houve sangue, apenas o grito do
Ipiranga, que marcou a ruptura com a tutela
portuguesa, mantendo no poder o português D. Pedro I,
que se proclamou imperador do Brasil, mas terminou
seus dias como Duque de Bragança e figura, na relação
dinástica, como o 28º rei de Portugal. Como se vê, na
passarela da história, o samba não é o do crioulo
doido. 
Entre o fato e a versão do fato, a história oficial
tende à segunda. Ainda hoje se discute se o grito
decorreu do sonho de uma pátria independente ou da
ambição de um império tropical. Ficou o grito parado
no ar, expresso nos rostos contorcidos das figuras de
Portinari, no romanceiro de Cecília Meireles, na
poesia agônica de Chico Buarque, no coração desolado
das mães brasileiras que enterram, por ano, cerca de
trezentos mil recém-nascidos, precocemente tragados
pelos recursos que faltam à área social. O número só
não é maior graças ao voluntariado da Pastoral da
Criança, monitorada pela doutora Zilda Arns. 
O Brasil, pátria vegetal, ostenta o semblante de uma
cordialidade renegada por sua história. Sob o grito da
independência ressoam os dos índios trucidados pela
empresa colonizadora, agora restaurada pela assepsia
étnica proposta pelos integracionistas que julgam as
reservas indígenas privilégio nababesco. Ecoam também
os gritos das vítimas indefesas de entradas e
bandeiras, Fernão Dias sacrificando o próprio filho em
troca de um punhado de pedras preciosas, bandeirantes
travestidos de heróis da pátria pelo relato histórico
dos brancos, versão barroca do esquadrão da morte
rural, diriam os índios se figurassem como autores em
nossa historiografia. 
Abafam-se, em vão, os gritos arrancados à chibata dos
negros arrastados de além-mar, sem contar as revoltas
populares que minam o mito de uma pacífica abnegação
que só existe no ufanismo de uma elite que se perfuma
quando vai à caça. 
Pátria armada de preconceitos arraigados, casa-grande
que traça os limites intransponíveis da senzala, na
pendular política de períodos autoritários alternados
com períodos de democracia tutelar, já que, neste
país, a coisa pública é negócio privado. Índios,
negros, mulheres, lavradores e operários não merecem a
cidadania, reza a prática daqueles que sequer se
envergonham de serem compatriotas de 50 milhões de
pessoas que não dispõem de R$ 80 mensais para adquirir
a cesta básica. 
À galera, as tripas, marca indelével em nossa
culinária, como a feijoada. Privatizam-se empresas e
sonhos, valores e sentimentos, convocando intelectuais
de aparência progressista para dar um toque de
modernidade aos velhos e permanentes projetos da
oligarquia. Vale tudo frente ao horror de um Brasil
sujeito a reformas estruturais. Os que querem governar
a sociedade não suportam os que querem governar com a
sociedade. 
Destroçada e endividada, a pátria navega a reboque do
receituário neoliberal, que dilata a favelização, o
desemprego, o poder paralelo do narcotráfico, a
concentração de renda. Se o salário não paga a vida, a
vida parece não valer um salário. No Brasil, os
hospitais estão doentes, a saúde encontra-se em estado
terminal, a escola gazeteia, o sistema previdenciário
associa-se ao funerário e a esperança se reduz a um
novo par de tênis, um emprego qualquer, alçar a
fantasia pelo consolo eletrônico das telenovelas. 
Amanhecia em Copacabana quando Antônio Maria gritou:
"Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí".
Não vou pelas receitas monetaristas que salvam o
Tesouro oficial e apressam a morte dos pobres. Vou com
aqueles que sempre denunciam a injustiça, testemunham
a ética na política, agem com escrúpulos, defendem os
direitos indígenas, repudiam todas as formas de
preconceitos, promovem campanhas de combate à fome,
administram recursos públicos com probidade e lutam
por uma nova política econômica. Vou com aqueles que,
na semana da pátria, mobilizaram-se no Grito dos
Excluídos, promovido pela CNBB, em parceria com
entidades e movimentos populares. Nenhum país será
independente se, primeiro, não o forem aqueles que o
governam. 
Frei Betto é escritor, autor de "A Obra do Artista -
uma visão holística do Universo" (Ática)
 


	
FESTA DA INDIPENDENCA
A CNBB modificou seus estatutos mas, felizmente, não a
sua agenda anual: Semanas Sociais nas dioceses;
Campanha da Fraternidade na Quaresma; Grito dos
Excluídos na Semana da Pátria. O que revela que os
bispos brasileiros prosseguem em sintonia com os 50
milhões de brasileiros que não logram obter uma renda
mensal de R$ 80 para adquirir a cesta básica
suficiente em calorias. 
Celebra-se, este ano, o 7º Grito, com mobilizações em
Aparecida e nos principais centros urbanos do país.
Agora o lema é: "Por amor a essa pátria Brasil".
Aliás, cantamos o hino nacional declarando que a
pátria é amada, "salve, salve". Salve não é apenas uma
interjeição. É também a terceira pessoa do singular do
imperativo do verbo salvar. A pátria só pode ser salva
se for amada, o que se traduz no empenho para
erradicar as injustiças e preservar a sua soberania. 
O tema de fundo do Grito é o da Segunda Semana Social
Brasileira, promovida pela CNBB - a construção de um
novo projeto de sociedade para o país. Projeto
economicamente justo, politicamente democrático,
socialmente eqüitativo e culturalmente plural. 
Este sonho passa por mediações específicas e urgentes,
como o combate à proposta de formação da Alca, para o
que Brasil não vire de vez quintal da Casa Branca e
assegure a sua autonomia frente aos parceiros
internacionais; mudança da atual política econômica,
que gasta hoje 38% do PIB - mais de US$ 110 bilhões -
nos serviços da dívida interna; e 12% do PIB em
serviços, juros e amortizações da dívida e(x)terna. 
Tanto dinheiro evadido para o bolso dos credores - que
não investiram aqui "por amor a essa pátria Brasil",
mas sim interessados no próprio faturamento - reduz
drasticamente os recursos públicos destinados à saúde,
moradia, educação, reforma agrária, geração de energia
etc.
O Grito dos Excluídos inclui em sua pauta a crítica,
não à globalização, que é em si positiva e inevitável,
mas ao atual modelo, mais parecido com a
globocolonização, pois suspende as fronteiras para o
capital financeiro e reforça-as para trabalhadores e
produtos das nações em desenvolvimento. Urge
globalizar a solidariedade, os direitos humanos, a
mobilidade planetária das pessoas. 
A dívida e(x)terna brasileira é, hoje, de US$ 250
bilhões. A pública cresceu, nos últimos sete anos, de
R$ 60 bilhões para cerca de R$ 618 bilhões. Equivale
agora a 51,9% do PIB. Tais recursos deveriam ser
aplicados no resgate das dívidas sociais. E seríamos
uma nação sem medo.
Pressionado pelo FMI, que dirige a economia do país
(sem que até hoje tenha erradicado a miséria de uma
única nação), o governo federal trata de fazer caixa
para não desagradar aos credores: privatiza empresas
públicas; desnacionaliza setores estratégicos, como as
telecomunicações; corta gastos sociais; e impõe a Lei
de Responsabilidade Fiscal. 
Pelo acordo fechado este mês com o FMI, o governo
federal está obrigado, ano que vem, a cortar mais R$
6,6 bilhões em seus gastos; exigir contribuição
previdenciária dos aposentados (que ganham uma miséria
e, agora, terão de dar o que não têm); manter o
arrocho salarial. 
Um navio não pode ir muito longe jogando combustível
no mar. Onde pretende chegar o Brasil reduzindo para
apenas US$ 20 bilhões as suas reservas? Ao separar US$
5 bilhões para intervir no mercado de câmbio, FMI e
governo confessam publicamente que o navio Brasil vai
entrar em águas turbulentas nos próximos meses, por má
fortuna dos ventos que sopram da Argentina, da
recessão dos EUA e do fraco desempenho da economia
global. 
Para o Grito dos Excluídos, o Brasil precisa é de uma
Lei de Responsabilidade Social, para que o mundo não
veja mais cenas como as registradas no bairro do
Irajá, no Rio de Janeiro, a 30 de julho, quando cerca
de 1.000 pessoas enfiaram-se como ratos famintos nos
escombros do incêndio da Ceasa, em busca do que comer.

Uma coisa é certa: o Brasil jamais terá saída pelo
Fundo. Muitas iniciativas, felizmente, somam-se, hoje,
na procura de uma saída que não dependa da lógica
monetarista do FMI, como o projeto Fome Zero, do
Instituto Cidadania; a mobilização nacional da CNBB,
junto com outras entidades e movimentos, para combater
a fome e construir cisternas no Nordeste; o exemplar
desempenho da Pastoral da Criança; a emergente cultura
do trabalho voluntário, graças ao Ano Internacional do
Voluntariado; a imensa rede de assentamentos,
cooperativas, associações, enfim, toda uma economia
alternativa e solidária movida pelo heróico empenho
dos movimentos populares. 
O Grito deste ano deverá ecoar no Grito
Latino-americano e caribenho, a 12 de outubro, e
ressoar até o Fórum Social Mundial 2002, em Porto
Alegre, espaço privilegiado para o Brasil pensar o
Brasil e o futuro do mundo sem exclusões. 
Frei Betto, escritor, é autor, em parceria com Emir
Sader, de "Contraversões - civilização ou barbárie na
virada do século" (Boitempo), entre outros livros. 

Grito dos Excluídos 2001
Por amor a essa Pátria Brasil
O Grito dos Excluídos comemora o êxito das
manifestações que aconteceram em mais de 2 mil cidades
em todo o país. No estado de São Paulo, na cidade de
Aparecida mais de 100 mil pessoas participaram do
evento. Somando as capitais e principais cidades que
até o momento enviaram os dados para a secretaria
nacional, já foram contabilizadas mais de 250 mil
pessoas envolvidas nas manifestações do Grito.
Entretanto, várias centenas de cidades ainda não
enviaram os dados. 

Painel da Manifestação pelo Brasil
Em Vitória, no Espírito Santo, cerca de 8mil pessoas
foram a caminhada onde cerca de mil manifestantes
desfilaram vestidas com batas pretas em luto a
política da exclusão, com a frase ³ dívida interna
=morte social².
Na cidade de Belém a participação foi em torno de 5
mil pessoas, que apresentaram uma cobra gigante com a
cara do senador Jader Barbalho. 
Já em Fortaleza mais de 20 mil pessoas estiveram na
Praça José de Alencar, Participando da Caravana ³ O
Nordeste Quer Dignidade². Na região do Pecém houve a
denuncia da fome e a miséria dos pescadores que foram
desapropriados pelo governo do Estado, para a
construção do complexo Portuário do Pecém.
Na capital Nacional teve a lavagem da rampa do Palácio
do Planalto, numa alusão de lavar a corrupção do país.

Em Cuiabá e cidades vizinhas mais de 3.500 pessoas
participaram das manifestações. Lá o evento contou com
a participação de representantes sindicais, entidades,
igrejas e parlamentares. Cerca de 70 mudas de pau
Brasil foram distribuídas nas proximidades da Lagoa -
no centro de João Pessoa; que teve uma média de 4mil
pessoas acompanhando a programação.
Na cidade de Maceió 2.500 pessoas participaram da
confecção de uma bandeira brasileira com sementes e a
seguir um desfile organizado em duas alas : ³o Brasil
que temos e o Brasil que queremos ³.
No grito deste ano em Ji Paraná, no Estado de
Rondônia, mais de 100 escolas municipais trabalharam o
lema do grito e mais de 2mil pessoas participaram do
desfile oficial no bloco dos excluídos. 
Campo Grande, em Mato Grosso do Sul foram 3mil os
participantes, distribuídos em blocos temáticos:
desemprego, apagão, indígenas. Em Curitiba em torno de
2mil pessoas fizeram uma caminhada até a ocupação
Pantanal e no final houve a distribuição de sementes e
frutas. No município de Alcântara/ Rio de Janeiro, 250
pessoas participaram de uma celebração marcada pela
chuva de sementes e manifestações culturais com a
apresentação de teatros, músicas, poesias e
depoimentos de exclusão. 

Em Aparecida, um dos momentos fortes foi a simbologia
das sementes. No mapa da América Latina, 12 crianças
do MST plantavam sementes sementes de milho e feijão,
enquanto representantes dos movimentos sociais
colocavam suas principais reivindicações e propostas.
Destacam-se entre elas: a) Semente do Movimento
Permanente Contra o Desemprego; b) Semente de uma nova
lei de estrangeiros; c) Semente da soberania nacional
contra a ALCA; d) Sementes dos direitos ; e) Semente
da Reforma Agrária contra os transgênicos; f) Semente
da juventude enfocando o Trabalho e 1° emprego.
As manifestações no Brasil, realizaram-se em sintonia
com o Grito dos Excluídos/as - Por Trabalho Justiça e
Vida - das Américas.

Secretaria do Grito dos Excluídos/as
- Por Trabalho, Justiça e Vida -






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