[Prec. per data] [Succ. per data] [Prec. per argomento] [Succ. per argomento] [Indice per data] [Indice per argomento]
Grido degl Esclusi - PRIMA PARTE
- Subject: Grido degl Esclusi - PRIMA PARTE
- From: Cristiano Morsolin <morsolin at yahoo.it>
- Date: Wed, 3 Oct 2001 22:35:56 +0200 (CEST)
AGGIORNAMENTO ECUADOR N. 19 GRIDO DEGLI ESCLUSI/E – PRIMA PARTE Invio questo messaggio sul Grido degli Esclusi/e che il 7 settembre scorso si e’ svolto in tutto il brasile e il prossimo 12 ottobre assumera’ una dimensione latinoamericana. “Il Grido degli Esclusi/e e’ un’espressione popolare di allerta e denuncia delle diseguaglianze sociali, della concentrazione del reddito e della ricchezza, delle politiche di privatizzazione dei servizi pubblici di base e dei programmi di aggiustamento strutturale imposti dalle istituzioni multilaterali come il Fondo Monetario Internazionale (FMI), la Banca Mondiale e l’Organizzazione Mondiale del Commercio (OMC). Apparteniamo a diversi settori sociali in differenti paesi e uniamo le nostre voci di indignazione per la costruzione di un grande movimento per la giustizia, l’uguaglianza e la speranza. Rappresentiamo i lavoratori e le lavoratrici della campagna e della citta’, contadini senza terra, popoli indigeni e afroamericani, disoccupati e sottoccupati, migranti, giovani e bambini esclusi ed escluse dai diritti fondamentali per sopravvivere con dignita’ ” (Manifesto per il 2001). Il Grido degli Esclusi e’ una manifestazione popolare nata in Brasile nel 1994 come risposta alla crescente situazione di esclusione sociale registrata in questo paese per l’applicazione delle politiche di aggiustamento neoliberale. Ha luogo ogni 7 settembre, festa della commemorazione dell’indipendenza dal Portogallo, ma non si riduce ad un solo giorno ma si incammina in una serie di attivita’ prima e dopo che le danno continuita’. Attualmente queste attivita’ sono coordinate dalla Pastorale Sociale della Conferenza Nazionale dei Vescovi del Brasile insieme al Movimento dei Senza Terra, la Centrale dei Movimenti Popolari e la Centrale Unica dei Lavoratori. Pero’ nelle diverse regióni e municipi si sono integrate anche varie chiese cristiane, organismi non governativi, movimenti sindacali e popolari significativi. Dal 1999 il Grido ha un carattere latinoamericano con il titolo: “Per il lavoro, la giustizia e la vita”, il cui momento culminante e’ il 12 ottobre. Il suo propósito e’ di segnalare tutte le situación di esclusione e le possibili soluzioni e alternative, sulla base di cuattro obbiettivi centrali: “Denunciare il modello neoliberale escludente e perverso che minaccia e distrugge la vita e l’ambiente, rafforzare la sovranita’ dei popoli e la difesa della vita; il riscatto dei debiti sociali e lottare per non pagare il debito estero”. Per promuovere questa iniciativa nei diversi paesi della regione si sono articolate istanze di coordinamento tra organizazióni e movimenti sociali, sindacali, ecumenici, con la premessa dell’ “unita’ nella diversita’ “ e della necessita’ di una partecipazione attiva dei settori esclusi nelle diverse tappe del processo. In questo senso la proposta e’ che nel giorno del Grido questi settori confluiscano e “manifestino attraverso marche, dibattiti, celebración, teatro, musica, poesia, discorsi, ecc, suscitando una grande partecipazione popolare con molta creativita’, facendo nasceré un sogno che si diffonde per le strade con le voci “rauche” delle classi oppresse ed escluse. Un grido che genera legami di solidarieta’ e speranza, in acordó alle particolarita’ di ogni paese.” GRIDO DEGLI ESCLUSI/E pagina web: http://movimientos.org/GRITO/ Allego due articoli di Frei Betto, teologo della liberazione del Brasile, tratti da Correio da Cidadania di settembre e un resoconto della segreteria della campagna brasiliana sui vari eventi svolti in Brasile. Saluti latinoamericani Cristiano morsolin Ibarra, (Ecuador) mercoledi 3 ottobre 2001 GRITOS DOS EXCLUIDO/AS Comemora-se, no dia 7 de setembro, a independência do Brasil. Consta que não houve sangue, apenas o grito do Ipiranga, que marcou a ruptura com a tutela portuguesa, mantendo no poder o português D. Pedro I, que se proclamou imperador do Brasil, mas terminou seus dias como Duque de Bragança e figura, na relação dinástica, como o 28º rei de Portugal. Como se vê, na passarela da história, o samba não é o do crioulo doido. Entre o fato e a versão do fato, a história oficial tende à segunda. Ainda hoje se discute se o grito decorreu do sonho de uma pátria independente ou da ambição de um império tropical. Ficou o grito parado no ar, expresso nos rostos contorcidos das figuras de Portinari, no romanceiro de Cecília Meireles, na poesia agônica de Chico Buarque, no coração desolado das mães brasileiras que enterram, por ano, cerca de trezentos mil recém-nascidos, precocemente tragados pelos recursos que faltam à área social. O número só não é maior graças ao voluntariado da Pastoral da Criança, monitorada pela doutora Zilda Arns. O Brasil, pátria vegetal, ostenta o semblante de uma cordialidade renegada por sua história. Sob o grito da independência ressoam os dos índios trucidados pela empresa colonizadora, agora restaurada pela assepsia étnica proposta pelos integracionistas que julgam as reservas indígenas privilégio nababesco. Ecoam também os gritos das vítimas indefesas de entradas e bandeiras, Fernão Dias sacrificando o próprio filho em troca de um punhado de pedras preciosas, bandeirantes travestidos de heróis da pátria pelo relato histórico dos brancos, versão barroca do esquadrão da morte rural, diriam os índios se figurassem como autores em nossa historiografia. Abafam-se, em vão, os gritos arrancados à chibata dos negros arrastados de além-mar, sem contar as revoltas populares que minam o mito de uma pacífica abnegação que só existe no ufanismo de uma elite que se perfuma quando vai à caça. Pátria armada de preconceitos arraigados, casa-grande que traça os limites intransponíveis da senzala, na pendular política de períodos autoritários alternados com períodos de democracia tutelar, já que, neste país, a coisa pública é negócio privado. Índios, negros, mulheres, lavradores e operários não merecem a cidadania, reza a prática daqueles que sequer se envergonham de serem compatriotas de 50 milhões de pessoas que não dispõem de R$ 80 mensais para adquirir a cesta básica. À galera, as tripas, marca indelével em nossa culinária, como a feijoada. Privatizam-se empresas e sonhos, valores e sentimentos, convocando intelectuais de aparência progressista para dar um toque de modernidade aos velhos e permanentes projetos da oligarquia. Vale tudo frente ao horror de um Brasil sujeito a reformas estruturais. Os que querem governar a sociedade não suportam os que querem governar com a sociedade. Destroçada e endividada, a pátria navega a reboque do receituário neoliberal, que dilata a favelização, o desemprego, o poder paralelo do narcotráfico, a concentração de renda. Se o salário não paga a vida, a vida parece não valer um salário. No Brasil, os hospitais estão doentes, a saúde encontra-se em estado terminal, a escola gazeteia, o sistema previdenciário associa-se ao funerário e a esperança se reduz a um novo par de tênis, um emprego qualquer, alçar a fantasia pelo consolo eletrônico das telenovelas. Amanhecia em Copacabana quando Antônio Maria gritou: "Não sei por onde vou, mas sei que não vou por aí". Não vou pelas receitas monetaristas que salvam o Tesouro oficial e apressam a morte dos pobres. Vou com aqueles que sempre denunciam a injustiça, testemunham a ética na política, agem com escrúpulos, defendem os direitos indígenas, repudiam todas as formas de preconceitos, promovem campanhas de combate à fome, administram recursos públicos com probidade e lutam por uma nova política econômica. Vou com aqueles que, na semana da pátria, mobilizaram-se no Grito dos Excluídos, promovido pela CNBB, em parceria com entidades e movimentos populares. Nenhum país será independente se, primeiro, não o forem aqueles que o governam. Frei Betto é escritor, autor de "A Obra do Artista - uma visão holística do Universo" (Ática) FESTA DA INDIPENDENCA A CNBB modificou seus estatutos mas, felizmente, não a sua agenda anual: Semanas Sociais nas dioceses; Campanha da Fraternidade na Quaresma; Grito dos Excluídos na Semana da Pátria. O que revela que os bispos brasileiros prosseguem em sintonia com os 50 milhões de brasileiros que não logram obter uma renda mensal de R$ 80 para adquirir a cesta básica suficiente em calorias. Celebra-se, este ano, o 7º Grito, com mobilizações em Aparecida e nos principais centros urbanos do país. Agora o lema é: "Por amor a essa pátria Brasil". Aliás, cantamos o hino nacional declarando que a pátria é amada, "salve, salve". Salve não é apenas uma interjeição. É também a terceira pessoa do singular do imperativo do verbo salvar. A pátria só pode ser salva se for amada, o que se traduz no empenho para erradicar as injustiças e preservar a sua soberania. O tema de fundo do Grito é o da Segunda Semana Social Brasileira, promovida pela CNBB - a construção de um novo projeto de sociedade para o país. Projeto economicamente justo, politicamente democrático, socialmente eqüitativo e culturalmente plural. Este sonho passa por mediações específicas e urgentes, como o combate à proposta de formação da Alca, para o que Brasil não vire de vez quintal da Casa Branca e assegure a sua autonomia frente aos parceiros internacionais; mudança da atual política econômica, que gasta hoje 38% do PIB - mais de US$ 110 bilhões - nos serviços da dívida interna; e 12% do PIB em serviços, juros e amortizações da dívida e(x)terna. Tanto dinheiro evadido para o bolso dos credores - que não investiram aqui "por amor a essa pátria Brasil", mas sim interessados no próprio faturamento - reduz drasticamente os recursos públicos destinados à saúde, moradia, educação, reforma agrária, geração de energia etc. O Grito dos Excluídos inclui em sua pauta a crítica, não à globalização, que é em si positiva e inevitável, mas ao atual modelo, mais parecido com a globocolonização, pois suspende as fronteiras para o capital financeiro e reforça-as para trabalhadores e produtos das nações em desenvolvimento. Urge globalizar a solidariedade, os direitos humanos, a mobilidade planetária das pessoas. A dívida e(x)terna brasileira é, hoje, de US$ 250 bilhões. A pública cresceu, nos últimos sete anos, de R$ 60 bilhões para cerca de R$ 618 bilhões. Equivale agora a 51,9% do PIB. Tais recursos deveriam ser aplicados no resgate das dívidas sociais. E seríamos uma nação sem medo. Pressionado pelo FMI, que dirige a economia do país (sem que até hoje tenha erradicado a miséria de uma única nação), o governo federal trata de fazer caixa para não desagradar aos credores: privatiza empresas públicas; desnacionaliza setores estratégicos, como as telecomunicações; corta gastos sociais; e impõe a Lei de Responsabilidade Fiscal. Pelo acordo fechado este mês com o FMI, o governo federal está obrigado, ano que vem, a cortar mais R$ 6,6 bilhões em seus gastos; exigir contribuição previdenciária dos aposentados (que ganham uma miséria e, agora, terão de dar o que não têm); manter o arrocho salarial. Um navio não pode ir muito longe jogando combustível no mar. Onde pretende chegar o Brasil reduzindo para apenas US$ 20 bilhões as suas reservas? Ao separar US$ 5 bilhões para intervir no mercado de câmbio, FMI e governo confessam publicamente que o navio Brasil vai entrar em águas turbulentas nos próximos meses, por má fortuna dos ventos que sopram da Argentina, da recessão dos EUA e do fraco desempenho da economia global. Para o Grito dos Excluídos, o Brasil precisa é de uma Lei de Responsabilidade Social, para que o mundo não veja mais cenas como as registradas no bairro do Irajá, no Rio de Janeiro, a 30 de julho, quando cerca de 1.000 pessoas enfiaram-se como ratos famintos nos escombros do incêndio da Ceasa, em busca do que comer. Uma coisa é certa: o Brasil jamais terá saída pelo Fundo. Muitas iniciativas, felizmente, somam-se, hoje, na procura de uma saída que não dependa da lógica monetarista do FMI, como o projeto Fome Zero, do Instituto Cidadania; a mobilização nacional da CNBB, junto com outras entidades e movimentos, para combater a fome e construir cisternas no Nordeste; o exemplar desempenho da Pastoral da Criança; a emergente cultura do trabalho voluntário, graças ao Ano Internacional do Voluntariado; a imensa rede de assentamentos, cooperativas, associações, enfim, toda uma economia alternativa e solidária movida pelo heróico empenho dos movimentos populares. O Grito deste ano deverá ecoar no Grito Latino-americano e caribenho, a 12 de outubro, e ressoar até o Fórum Social Mundial 2002, em Porto Alegre, espaço privilegiado para o Brasil pensar o Brasil e o futuro do mundo sem exclusões. Frei Betto, escritor, é autor, em parceria com Emir Sader, de "Contraversões - civilização ou barbárie na virada do século" (Boitempo), entre outros livros. Grito dos Excluídos 2001 Por amor a essa Pátria Brasil O Grito dos Excluídos comemora o êxito das manifestações que aconteceram em mais de 2 mil cidades em todo o país. No estado de São Paulo, na cidade de Aparecida mais de 100 mil pessoas participaram do evento. Somando as capitais e principais cidades que até o momento enviaram os dados para a secretaria nacional, já foram contabilizadas mais de 250 mil pessoas envolvidas nas manifestações do Grito. Entretanto, várias centenas de cidades ainda não enviaram os dados. Painel da Manifestação pelo Brasil Em Vitória, no Espírito Santo, cerca de 8mil pessoas foram a caminhada onde cerca de mil manifestantes desfilaram vestidas com batas pretas em luto a política da exclusão, com a frase ³ dívida interna =morte social². Na cidade de Belém a participação foi em torno de 5 mil pessoas, que apresentaram uma cobra gigante com a cara do senador Jader Barbalho. Já em Fortaleza mais de 20 mil pessoas estiveram na Praça José de Alencar, Participando da Caravana ³ O Nordeste Quer Dignidade². Na região do Pecém houve a denuncia da fome e a miséria dos pescadores que foram desapropriados pelo governo do Estado, para a construção do complexo Portuário do Pecém. Na capital Nacional teve a lavagem da rampa do Palácio do Planalto, numa alusão de lavar a corrupção do país. Em Cuiabá e cidades vizinhas mais de 3.500 pessoas participaram das manifestações. Lá o evento contou com a participação de representantes sindicais, entidades, igrejas e parlamentares. Cerca de 70 mudas de pau Brasil foram distribuídas nas proximidades da Lagoa - no centro de João Pessoa; que teve uma média de 4mil pessoas acompanhando a programação. Na cidade de Maceió 2.500 pessoas participaram da confecção de uma bandeira brasileira com sementes e a seguir um desfile organizado em duas alas : ³o Brasil que temos e o Brasil que queremos ³. No grito deste ano em Ji Paraná, no Estado de Rondônia, mais de 100 escolas municipais trabalharam o lema do grito e mais de 2mil pessoas participaram do desfile oficial no bloco dos excluídos. Campo Grande, em Mato Grosso do Sul foram 3mil os participantes, distribuídos em blocos temáticos: desemprego, apagão, indígenas. Em Curitiba em torno de 2mil pessoas fizeram uma caminhada até a ocupação Pantanal e no final houve a distribuição de sementes e frutas. No município de Alcântara/ Rio de Janeiro, 250 pessoas participaram de uma celebração marcada pela chuva de sementes e manifestações culturais com a apresentação de teatros, músicas, poesias e depoimentos de exclusão. Em Aparecida, um dos momentos fortes foi a simbologia das sementes. No mapa da América Latina, 12 crianças do MST plantavam sementes sementes de milho e feijão, enquanto representantes dos movimentos sociais colocavam suas principais reivindicações e propostas. Destacam-se entre elas: a) Semente do Movimento Permanente Contra o Desemprego; b) Semente de uma nova lei de estrangeiros; c) Semente da soberania nacional contra a ALCA; d) Sementes dos direitos ; e) Semente da Reforma Agrária contra os transgênicos; f) Semente da juventude enfocando o Trabalho e 1° emprego. As manifestações no Brasil, realizaram-se em sintonia com o Grito dos Excluídos/as - Por Trabalho Justiça e Vida - das Américas. Secretaria do Grito dos Excluídos/as - Por Trabalho, Justiça e Vida - ______________________________________________________________________ Do You Yahoo!? Il tuo indirizzo gratis e per sempre @yahoo.it su http://mail.yahoo.it
- Prev by Date: Parte n.2 ricordo di Mons. Proaņo - Ecuador
- Next by Date: Fw: VENEZUELA STARTS LAND REFORM, ENDS TIES TO U.S. MILITARY
- Previous by thread: Parte n.2 ricordo di Mons. Proaņo - Ecuador
- Next by thread: Fw: VENEZUELA STARTS LAND REFORM, ENDS TIES TO U.S. MILITARY
- Indice: