dal Brasile una preoccupante analisi della situazione




----- Original Message -----
From: shauer at attglobal.net
To: Nello Margiotta
Sent: Tuesday, September 18, 2001 6:44 AM


Como achar um inimigo ideal para destruir se todos querem cooperar com os
EUA?

17/09/2001

Yasser Arafat doôu simbolicamente seu próprio sangue às vítimas nos EUA.
Fidel Castro ofereceu o uso de pistas de pouso em Cuba para contornar o
transtorno aéreo pós-atentados. A Síria condenou a morte de civis inocentes.
O Paquistão prometeu cooperação. O Irã condenou os ataques.

Retórico ou não, o quadro de comoção e de solidariedade globais verificado
depois dos atentados do último dia 11 ultrapassou os limites do mundo dito
civilizado. Chegou a um grupo de países e de líderes acusados há anos pelos
EUA de abrigar e financiar terroristas.

Boa notícia? Eu acho que sim, mas os EUA discordam. Os norte-americanos
pensam: 'Se todos aqueles que consideramos malvados estão comovidos e
demonstraram apoio, como poderemos achar um inimigo suficiente forte para
destruir em retaliação às mortes e à humilhação causadas pelos ataques
horrorosos do último dia 11?'

Osama bin Laden, inimigo número um do mundo civilizado, pode até ser feio,
mau, um assassino frio, um novo Saddan Hussein no imaginário dos
norte-americanos. Mas basta morar nos EUA para entender que a ira causada
pela destruição em Nova York e nos arredores de Washington não será
satisfeita com o simples assassinato de barbudos muçulmanos numa região
longínqua.

Os norte-americanos querem mais. Querem uma destruição visível, querem
ocupação, querem, no significado oculto e sombrio das palavras do
ex-secretário de Estado dos EUA, Henry Kissinger, bombas atômicas.

Vejam o que disse Kissinger: 'Os atentados se comparam a Pearl Harbor e,
portanto, nossa resposta deve ser a mesma. As pessoas que fizeram isso (os
atentados) devem ter o mesmo fim das pessoas que atacaram Pearl Harbor (os
japoneses)'.

No início, o presidente George W. Bush prometeu uma guerra à opinião
pública. Depois, disse ter consciência de que essa guerra seria diferente,
contra um inimigo oculto. Agora, diz que, além de diferente, ela será
demorada e terá vários atos. Ontem, o secretário de Estado, Colin Powell,
disse que será uma guerra lenta, diferente e será travada pelos serviços de
inteligência - em suma, uma guerra difícil de ser travada à luz do dia e
impossível de ser filmada com a mesma nitidez com a qual assistimos a
destruição das duas torres do World Trade Center.

Pode não parecer, mas o governo dos EUA tenta agora desinflar a expectativa
de vingança imediata e instantânea dos norte-americanos. Isso não significa
que a vingança não virá. Pelo contrário, virá com táticas 'sujas e
malvadas', nas palavras do vice-presidente Richard Cheney.

Entre essas práticas está a estratégia abominável, comumente usada pelo
governo de Israel, de assassinar no exterior, sem julgamento nem o devido
processo legal, líderes estrangeiros considerados inimigos.

Mas não escrevo essas linhas para debater a política de assassinatos, mas
sim para expressar minha preocupação com a raiva represada dos
norte-americanos. Não tem saída: ou os EUA promovem uma grande matança, se
possível televisionada, ou, algum dia, essa raiva vai destruir o já frágil
equilíbrio racial nos EUA. Os dois cenários são tristes, mas inevitáveis.
Marcio Aith